Novidades no caso TAP. A audição a João Leão em quatro pontos
Antigo ministro das Finanças falou sobre os fundos Airbus, que diz desconhecer, sobre os 55 milhões pagos a David Neeleman para sair da TAP e ainda sobre a saída de Alexandra Reis - mas há mais.

© Reuters

Economia João Leão
Na terça-feira foi a vez de o antigo ministro das Finanças João Leão ir à comissão de inquérito à TAP responder às questões dos deputados. Falou sobre os fundos Airbus, que diz desconhecer, sobre os 55 milhões pagos a David Neeleman para sair da TAP e ainda sobre a saída de Alexandra Reis.
O Notícias ao Minuto reuniu, neste artigo, os pontos essenciais que marcaram a audição. Fique a par.
1. João Leão desconhecia fundos Airbus (e admite dificuldade em perceber)
O ex-ministro João Leão disse não ter tido conhecimento da capitalização da TAP através dos fundos Airbus, admitiu dificuldade em perceber a operação e, a confirmar-se o desconto comercial, em enquadrá-la em termos legais.
"Não tive nenhum conhecimento desse processo e enquanto fui ministro [das Finanças] nunca me foi comunicado que isso tivesse ocorrido", respondeu João Leão à deputada do PS Vera Brás, na comissão de inquérito à TAP, relativamente aos chamados fundos Airbus, que permitiram à Atlantic Gateway capitalizar a companhia aérea na privatização feita em 2015.
2. 55 milhões pagos a Neeleman resultam de negociação e não de uma "fórmula"
O ex-ministro das Finanças explicou que os 55 milhões de euros pagos a David Neeleman para sair da TAP resultaram de uma negociação e não de uma fórmula, referindo que foram pedidos inicialmente "valores muito superiores".
"O acionista começou a pedir valores muito superiores ao Estado, mais na ordem dos 200 milhões de euros (...) o Estado teve de fazer uma negociação muito exigente para que o valor ficasse dentro do nível razoável", explicou, assegurando que o Estado "foi extremamente rigoroso e exigente".
3. "Única verba que Estado suportou" para ter controlo foram 55 milhões
João Leão garantiu que a única verba que o Estado suportou para assegurar o controlo da TAP em 2020 foram os 55 milhões de euros pagos a David Neeleman pela sua participação.
"A única verba que o Estado suportou para assegurar o controlo da TAP foram 55 milhões de euros. [...] Está de forma transparente e clara no decreto-lei desde o primeiro momento. Não houve mais nenhuma verba que o Estado tenha suportado nesta dimensão", garantiu o ex-governante.
4. Chairman e CEO "deviam ter comunicado" vontade de substituir Reis
Por fim, o ex-ministro das Finanças referiu que os antigos presidentes da TAP deviam ter comunicado à tutela a vontade de substituir a então administradora Alexandra Reis, para se convocar uma assembleia-geral, o que não aconteceu.
"Diria que a responsabilidade mais acrescida era da CEO [presidente executiva] da TAP. [...] Para se demitir um administrador tem que ser convocada uma assembleia-geral da empresa, em que o acionista Estado é representado via Ministério das Finanças", respondeu João Leão ao deputado André Ventura, do Chega, na comissão parlamentar de inquérito à companhia aérea.
Já sobre a privatização que está a ser preparada, João Leão disse que houve sempre a consciência por parte do Governo, quando começou a ser preparado o plano de reestruturação da companhia aérea, que era importante estar integrada num grupo de aviação, para poder ser competitiva.
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