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"A fragmentação financeira substituiu a integração financeira"
O antigo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, que participou ontem numa conferência sobre emprego e crescimento económico, afirmou que o desafio do crescimento económico a nível europeu passa por profundas alterações institucionais que assegurem que o crescimento a longo prazo seja sustentável.
© DR
Economia Vítor Gaspar
“O desafio do crescimento a longo prazo é o desafio do crescimento sustentável. Isso exige instituições compatíveis com o crescimento sustentável. As instituições devem ser entendidas aqui como regras, normas, organizações e crenças que geram regularidade no comportamento”, sustentou Vítor Gaspar, ontem, em Atenas, durante a sua intervenção num simpósio sobre crescimento e emprego, organizada pela presidência grega da União Europeia .
“As crises sistémicas no sistema bancário são eventos raros. Quando acontecem, contudo, os custos, em termos de profundida e duração, da recessão económica, e os aumentos verificados no desemprego excederão o normal período de uma crise normal”, referiu citando um estando de Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff relativamente a este tema, adiantando porém que considera que o pior da crise europeia já terá passado.
Para o ex-ministro das finanças, a crise a nível europeu, explicada por fatores de má gestão das dívidas públicas, foi mais profunda sobretudo pela fraca integração financeira, que gerou uma situação de fragmentação, que segundo o mesmo originou uma situação de credores e devedores.
“A fragmentação financeira substituiu a integração financeira. A Europa partiu-se entre países credores e países devedores. O desenvolvimento macroeconómico seguiu aspetos financeiros. Os fatores financeiros dominaram durante a crise, mas durante a crise o problema exacerbou-se por causa da forte correlação entre o risco das dívidas soberanas e o sistema bancário”, referiu o ex-governante.
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