Em comunicado interno, divulgado na sexta-feira, a administração do BPI disse que aprovou três medidas para melhoria das condições de remuneração dos funcionários do banco, desde logo que "irá proceder a um aumento salarial de 4% sobre a retribuição base mensal (correspondente ao nível do Acordo Coletivo de Trabalho), como antecipação da negociação coletiva, ainda em curso".
Ou seja, o BPI faz já atualização salarial enquanto ainda decorre a negociação com os sindicatos.
O Mais Sindicato e o Sindicatos dos Bancários do Centro e o Sindicato dos Bancários do Norte (SBN) reivindicam, para este ano, 8,5% de atualização de tabelas e cláusulas de expressão pecuniária. O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) reivindica 6,25%.
Para já, a contraproposta das instituições financeiras subscritoras do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do setor é de 2,5% aumento salarial, abaixo das previsões da inflação para este ano, valor que os sindicatos têm considerado indigno. O Banco de Portugal estima uma inflação de 5,8% este ano.
Na comunicação interna, o BPI diz ainda que vai atribuir a todos os funcionários uma "retribuição variável mínima de 1.500 euros" este ano, a pagar em fevereiro.
Fará ainda em fevereiro, com retroativos a janeiro, as designadas 'progressões de nível salarial' a que está obrigado pelo ACT, que abrange trabalhadores entre os níveis 5 e 9 (inclusive).
Segundo o BPI, a "adoção destas medidas, em conjunto e com efeitos imediatos, pretende contribuir para ajudar a fazer face à atual situação económica e representa o reconhecimento do esforço, compromisso, dedicação e profissionalismo de todos os colaboradores".
O BPI é detido pelo grupo espanhol Caixabank.
Em novembro passado, em Espanha, os sindicatos CCOO e UGT acordaram com a Asociación Española de Banca una subida dos salários de 4,5% para 2023.
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