Elisa Ferreira foi ao Parlamento português apresentar o programa de trabalho da Comissão para este ano e sublinhou a necessidade de preparar a União para enfrentar o impacto da guerra na Ucrânia.

"Tanto a pandemia de Covid, como os ataques da Rússia à Ucrânia e ao aprovisionamento energético da Europa vieram reforçar os argumentos que estiveram na base da proposta" que tem como principais eixos o Pacto Verde Europeu, para construir um novo modelo económico baseado na neutralidade carbónica para proteger o clima, e a revolução tecnológica e digital, para a reforçar o modelo social europeu e assegurar maior autonomia estratégica da Europa, referiu.

Elisa Ferreira salientou que o programa de trabalho é ambicioso, com 51 iniciativas, e que os últimos anos mostraram que os acontecimentos muitas vezes exigem alterações.

Depois de enumerar várias já aprovadas para garantir o abastecimento energético e travar os preços para os consumidores, a Comissária Europeia reafirmou a vontade do executivo da EU de avançar com outras iniciativas, como o Banco Europeu de Hidrogénio, que terá 3.000 milhões de euros para apoiar a criação do mercado de hidrogénio.

Anunciou também que a Comissão proporá em breve uma reforma abrangente do mercado da eletricidade na União Europeia, incluindo a dissociação dos preços do gás e da eletricidade.

"Ou seja, da mesma forma que depois da crise financeira se aprofundou a união económica, ainda incompleta de resto, e se avançou para uma união de saúde depois da pandemia, estamos agora a dar passos também para completar a União de Energia" sublinhou.

Outro desafio será reforçar a sustentabilidade alimentar e ambiental e promover a economia circular com propostas complementares para a gestão dos resíduos, sobre o desperdício alimentar, e uma iniciativa sobre a proteção, a gestão sustentável e a recuperação dos solos.

Preparar a UE para a era digital é também uma grande prioridade no programa da Comissão para "evitar reproduzir novas dependências de um número reduzido de atores, em relação a produtos ou matérias-primas estratégicas para o nosso futuro" e será apresentada uma proposta legislativa para criar reservas estratégicas de matérias-primas críticas, lembrou.

A terceira prioridade é colocar a economia ao serviço das pessoas, com iniciativas como a revisão do quadro de governação económica, e outra tornar a Europa mais forte no mundo, e para isso aprofundar em 2023 a dimensaão de segurança e defesa, também na segurança maritima.

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