Com o risco de deflação a aumentar a nível europeu e com a previsível escalada da crise na Ucrânia, o Governo estará a preparar-se, caso considere necessário, para apresentar um pedido para um programa cautelar. A ideia é que, caso exista um cenário de agravamento acentuado das condições de financiamento da economia, Portugal peça um programa deste género de forma preventiva.
A ideia é reforçada pelas declarações do presidente do Eurogrupo, numa entrevista recente ao jornal Expresso, onde Jeroen Dijsselbloem, afirma que “o conceito do cautelar é que é cautelar se for pedido antecipadamente. Mas se se pedir quando as coisas correram mal, então já não é cautelar, é um programa. Se correr mal esqueçam o cautelar, terão de pedir outro programa”.
Assim, Pedro Passos Coelho e a sua equipa governativa quererão evitar que se repita o cenário de 2011, quando o Estado, devido ao agravamento das condições de financiamento internacional, se viu obrigado a pedir de emergência um plano de resgate, afastando, desde logo, a possibilidade de que os cortes produzidos nos últimos três anos voltem a ser uma realidade.
Porém, para os responsáveis europeus, é agora mais do que nunca necessário manter o ritmo de ajustamento e reformas. “Assim que as coisas parecem estar a correr bem temos tendência para prometer demasiado. Dizemos aos eleitores que tudo vai ficar bem, que vamos baixar impostos, gastar mais e que tudo vai ser maravilhoso”, referiu Dijsselbloem ao Expresso citado pelo Diário Económico.