O programa de assistência financeira ao país está prestes a expirar, e muito se tem especulado acerca do trilho a seguir pelo país no período batizado de pós-troika. Saída à irlandesa? Programa cautelar? Estas são as interrogações que se têm imposto, sendo que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, deixou já a promessa de que desvendaria o mistério até ao dia 5 de maio.
No entanto, segundo avança o Diário Económico a escolha já foi feita. Portugal seguirá em frente sem programa cautelar, isto é, sem uma linha de crédito de auxílio no regresso pleno aos mercados. Assim, o Executivo decidiu decalcar os passos da Irlanda, optando por a tão propalada saída ‘limpa’ ou à ‘irlandesa’.
O Diário Económico dá conta de que esta decisão se prendeu com a dificuldade que o Governo tem tido em negociar com os países do Norte da Europa, num contexto de pré-campanha eleitoral, bem como com o facto de a almofada financeira granjeada até aqui ser equivalente à linha de crédito que um programa cautelar facultaria.
Até porque, a ida aos mercados da passada quarta-feira sem rede, que é como quem diz, sem as garantias facultadas por um sindicato bancário, provaram que os mercados exigem juros mais baixos ao país do que o Fundo Monetário Internacional (FMI). O Tesouro pagou, saliente-se, a taxa mais baixa, desde 2005, para se financiar a 10 anos.
Com as necessidades de financiamento para este ano, e em parte para o próximo, devidamente acauteladas, o país irá, então, dispensar ajuda externa, embora o anúncio formal desta opção seja feito apenas, tudo indica, no fim de semana. Pedro Passos Coelho deverá, nesta senda, fazer uma declaração ao país.
Para oficializar a saída limpa, o Conselho de Ministros terá ainda de reunir e o Presidente da República, Cavaco Silva, de ser informado.
Ainda de acordo com o Diário Económico, o encontro semanal entre Passos e Cavaco, a ter lugar na sexta-feira, deverá servir esse propósito.
Refira-se que na semana que se avizinha o Governo terá de comunicar ao Eurogrupo a sua decisão.