Eurogrupo rejeita apoio orçamental alargado e quer menos consumo energético
O Eurogrupo rejeitou hoje "um apoio alargado" orçamental às economias da moeda única em 2023 devido à acentuada crise energética e à elevada inflação, sugerindo antes medidas direcionadas e propondo menos consumo de energia para estabilizar os preços.
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Economia Crise/Energia
"Recordamos que não se justifica um apoio alargado à procura agregada através de políticas orçamentais em 2023, sendo o foco em vez disso a proteção dos vulneráveis, mantendo ao mesmo tempo a agilidade de ajustamento, se necessário", afirmam os ministros das Finanças do euro, numa posição hoje divulgada.
Para o Eurogrupo, que hoje se reuniu no Luxemburgo para discutir a resposta aos preços elevados da energia e às pressões inflacionistas, "as políticas orçamentais devem visar a preservação da sustentabilidade da dívida, bem como o aumento do potencial de crescimento de forma sustentável, facilitando assim também a tarefa da política monetária para assegurar o regresso atempado da inflação" ao objetivo de médio prazo de 2% do Banco Central Europeu.
Apesar de reconhecer que cabe aos governos da moeda única "mitigar o impacto adverso deste choque externo nas economias", o Eurogrupo lembra que "tais medidas pesarão cada vez mais nos orçamentos nacionais e poderão, em alguns casos, atrasar o ajustamento necessário da procura de energia", pelo que dizem ser necessário "proteger os necessitados" através de "medidas economicamente eficientes, em particular medidas de rendimento excecionais, temporárias e orientadas para os mais vulneráveis".
Já para fazer face às "fortes repercussões nos mercados energéticos europeus", os titulares da pasta das Finanças na zona euro comprometem-se a "acelerar a redução do consumo de energia", que classificam como "fundamental para estabilizar os preços da energia e reduzir a nossa dependência dos combustíveis fósseis russos".
"Recordamos a importância dos investimentos em eficiência energética e interconectividade das redes energéticas, a diversificação das fontes de energia, o desenvolvimento da produção de energia com baixo teor de carbono, e o bom funcionamento dos mercados energéticos", adiantam.
A posição surge numa altura de preços elevados na zona euro, com a taxa de inflação anual na área da moeda única a atingir, em setembro, 10%, face aos 9,1% do mês de agosto.
Por estes dias, a guerra da Ucrânia causada pela invasão russa, também pressiona os mercados energéticos dados os problemas no abastecimento russo à Europa, temendo-se cortes no fornecimento este outono e inverno.
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