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Reunião do BCE deve confirmar fim do programa de compra de dívida

A reunião do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira pode marcar uma viragem histórica após anos de uma política de baixas taxas de juro e flexibilidade monetária, devendo confirmar o fim da compra de ativos.

Reunião do BCE deve confirmar fim do programa de compra de dívida
Notícias ao Minuto

16:45 - 07/06/22 por Lusa

Economia BCE

Cerca de duas semanas antes da reunião, que vai decorrer em Amesterdão, a presidente do BCE, Christine Lagarde, indicou que a instituição começará a subir as taxas de juro em julho e que a zona euro sairá das taxas de juro negativas até ao final do terceiro trimestre.

Lagarde referiu também esperar que a compra da dívida que o BCE tem vindo a fazer para apoiar a economia "termine no início do terceiro trimestre".

"Isto permitiria uma subida das taxas de juro na nossa reunião de julho", acrescentou.

Com a inflação alta, os defensores de um endurecimento da política de concessão de crédito conseguiram nos últimos tempos impor os seus pontos de vista na instituição, face à necessidade de agir para conter a subida dos preços.

Mas, o momento escolhido não é o melhor, uma vez que o aumento de preços tem sido impulsionado nos últimos meses pela guerra na Ucrânia, num contexto de crescimento fraco, tanto em França como na Alemanha.

Neste contexto, o BCE depara-se com uma escolha difícil: não subir as taxas de juro pode alimentar as tendências inflacionistas e subir demasiado depressa pode precipitar a recessão, uma vez que penaliza as famílias.

Apesar do choque da inflação não ter a mesma intensidade em todos os países da zona euro, governadores e bancos centrais concordam na necessidade de atuar quanto às taxas de juro.

A taxa de inflação homóloga na zona euro atingiu 8,1% em maio, um nível nunca alcançado desde a criação da moeda única e quatro vezes acima dos 2% fixados como objetivo pelo BCE.

O debate agora está mais focado na dimensão do ciclo de subidas, uma vez que as taxas não sobem desde 2011.

Outros bancos centrais, como a Reserva Federal norte-americana e o Banco de Inglaterra, já iniciaram o ciclo de subidas para conter a inflação.

Na reunião de quinta-feira, o BCE deverá, por isso, confirmar que as compras líquidas de dívida terminam no início do terceiro trimestre, ou seja, no começo de julho.

Na etapa seguinte da normalização, a primeira subida das taxas de juro pode ser anunciada na reunião de 21 de julho, num processo que deve levar ao abandono das taxas de juro negativas até finais de setembro.

Atualmente, a taxa de depósitos está em -0,50%. Para a levar para zero, seria necessário um aumento de 25 pontos base em julho e outro igual em setembro, esse é o cenário de referência, segundo Philip Lane, economista-chefe do BCE, mas algumas vozes defendem que se opte logo por uma primeira subida de 50 pontos base.

Na quinta-feira, serão ainda publicadas novas previsões macroeconómicas, que terão em conta o impacto da guerra na Ucrânia, o que ajudará a definir o ritmo de mudança na política monetária.

A Europa, mais exposta às consequências da guerra na Ucrânia, tem "uma forte probabilidade" de entrar em "recessão", alertou Jane Fraser, líder do grupo norte-americano Citigroup, em Frankfurt, citada pela AFP.

Uma recessão "gerível", segundo Fraser, dado que não é estrutural. O BCE deve aumentar as suas taxas de juro, acrescentou, para evitar que a inflação "se transforme numa espiral" entre preços e salários.

Leia Também: Bolsas europeias em alta, já focadas na reunião do BCE

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