Governador do banco central da Finlândia sugere aumento das taxas de juro
O governador do banco central da Finlândia, Olli Rehn, disse hoje ser a favor de avançar com o primeiro aumento das taxas de juro na zona euro já na reunião de julho.
© Roni Rekomaa/Bloomberg via Getty Images
Economia Olli Rehn
"Penso que seria justificado aumentar a taxa de depósitos em 0,25 pontos percentuais em julho e para zero quando chegar o outono", disse o governador do banco central finlandês e membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), que já foi comissário para os Assuntos Económicos e Monetários, em entrevista ao jornal 'Helsingin Sanomat'.
"Depois disso, a normalização da política monetária poderá continuar de forma gradual e proativa", acrescentou, defendendo que "não há necessidade de adiar" o ajuste da política monetária do BCE.
O Conselho de Governadores do BCE volta a reunir-se para discutir a política monetária a 09 de junho, altura em que também irá divulgar as novas projeções macroeconómicas, voltando a reunir-se antes das férias de verão, a 21 de julho, para regressar apenas em 08 de setembro de 2022, com a atualização das previsões.
Nas últimas semanas, aumentaram as vozes no Conselho do BCE que deixam em aberto a possibilidade de uma primeira subida das taxas de juro em julho.
O governador do Banco de Portugal (BdP) recomendou hoje "calma" e "ponderação" aos membros do Conselho de Governadores do BCE nas declarações sobre o 'timing' da subida das taxas de juro.
Em causa estão as declarações esta semana de Isabel Schnabel, membro do Conselho Executivo do BCE, de que "um aumento das taxas em julho é possível", e, por outro lado, do também membro do conselho Fabio Panetta, de que "seria imprudente agir sem saber primeiro os números concretos do PIB do segundo trimestre e discutir outras medidas".
Quando questionado sobre o tema, durante a conferência de apresentação do Boletim Económico de maio, hoje, no Museu do Dinheiro, em Lisboa, o governador do BdP defendeu que "quando o BCE diz que age dependente ou de forma ligada aos dados isso é absolutamente verdade".
Mário Centeno afirmou que a subida de taxas na zona euro e a normalização da política monetária "é muito importante e vai acontecer" e que "qualquer movimento nesta direção é desejável", mas vincou que "só será tomado quando for seguro fazê-lo".
A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse, numa entrevista recente à CBS, que prevê que a instituição conclua as compras de dívida "no início do terceiro trimestre" e que depois analise uma possível subida das taxas de juro na zona euro.
Leia Também: Centeno pede "ponderação" nas declarações de membros do BCE sobre juros
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