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Camarinha diz que eleições não resolveram problemas dos trabalhadores

A secretária-geral da CGTP considera que os problemas dos trabalhadores não se resolveram com as eleições, por isso, a central vai intensificar a ação reivindicativa para pressionar a promoção de medidas que melhorem a vida dos portugueses.

Camarinha diz que eleições não resolveram problemas dos trabalhadores
Notícias ao Minuto

08:15 - 27/02/22 por Lusa

Economia Isabel Camarinha

"Os problemas dos trabalhadores e do país que existiam antes das eleições, continuam a existir, não se resolveram com as eleições e continuam a exigir respostas", disse a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, em entrevista à agência Lusa.

Segundo a líder da Intersindical, as eleições "não eram necessárias", porque "existiam condições para fazer alterações na proposta de Orçamento do Estado, de forma a que ela fosse viabilizada na Assembleia da República", desde que o Governo tivesse abertura para isso.

Para a sindicalista, a maioria absoluta conseguida pelo Partido socialista nas eleições legislativas de janeiro não é por si só uma garantia de que a situação dos trabalhadores e do país vai melhorar.

"As maiorias absolutas nunca foram favoráveis aos trabalhadores, porque um partido com maioria absoluta tem tendência para não ouvir os outros e seguir com as suas opções, unicamente as suas", referiu.

Isabel Camarinha reconheceu que foram recuperados alguns direitos e rendimentos após o período de intervenção da troika, com os governos de António Costa, mas lembrou que "a relação de forças na Assembleia da República era diferente".

"Com a maioria absoluta vamos ver", disse.

A sindicalista considerou que "está nas mãos do Governo e da Assembleia da República" dar as respostas que os trabalhadores e o país precisam.

Para a sindicalista é inaceitável continuar com o atual modelo de baixos salários, que não se resolve apenas com o aumento do salário mínimo nacional, dado que os restantes salários têm vindo a desvalorizar-se, tal como as profissões qualificadas e as carreiras.

"Atualmente cerca de um milhão de trabalhadores recebe o salário mínimo, o que é inaceitável, porque este montante não garante condições de vida dignas", disse, justificando as reivindicações da CGTP de aumentos salariais gerais de 90 euros e um salário mínimo de 850 euros a médio prazo.

De outra forma os trabalhadores continuarão a empobrecer porque não terão capacidade para enfrentar "o brutal aumento do custo de vida", defendeu.

Por isso, Isabel Camarinha deixou o desafio ao Governo para que responda a estes problemas e que isso seja entendido como "um investimento no desenvolvimento do país".

Defendeu ainda que, "para as empresas, valorizar os trabalhadores tem que ser um investimento".

"É preciso aumentar o poder de compra dos trabalhadores e isso só é possível com salários", disse a sindicalista acrescentando que a melhoria dos salários irá dinamizar a economia, pois os trabalhadores poderão consumir mais.

Segundo a líder da Inter, as empresas também irão beneficiar da melhoria das condições de vida dos portugueses dado que a maioria vive do mercado interno.

Mas como as empresas não estão a ir ao encontro das reivindicações dos trabalhadores e sindicatos e a CGTP não está muito otimista em relação à governação socialista, os órgãos da central, o Conselho Nacional e o Plenário de Sindicatos, já decidiram "intensificar a ação reivindicativa".

"A CGTP intensificará a luta sempre que não houver resposta às necessidades e reivindicações dos trabalhadores", disse Isabel Camarinha à Lusa, negando tratar-se de um aviso ao Governo.

Tudo depende das respostas dadas ou da ausência de respostas, garantiu.

A posição de desconfiança relativamente ao novo Governo, que ainda não está formado, tem também a ver com a atuação do Governo cessante, assumiu.

Isabel Camarinha assegurou que as críticas que a central tem assumido relativamente à atuação do Governo não têm causado divergências internas, nomeadamente com a corrente sindical socialista, porque as posições reivindicativas da CGTP são normalmente consensuais.

Leia Também: Maiorias absolutas retiram direitos aos trabalhadores

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