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Transportes. Startup quer libertar utentes de ir à máquina carregar passe

A 'start-up' portuense de mobilidade Ubirider, fundada em 2018, defende que o atual modelo que obriga aos utentes dos transportes públicos ir à máquina carregar o passe ou o bilhete, dominante no Porto, está ultrapassado, propondo soluções alternativas.

Transportes. Startup quer libertar utentes de ir à máquina carregar passe
Notícias ao Minuto

10:46 - 22/02/22 por Lusa

Economia Transportes públicos

O Porto "continua a manter o sistema de cartões, que obriga a máquinas de 'vending', obriga a pôr trocos nas máquinas, obriga a ter um 'stock' das máquinas e obriga, acima de tudo, os utilizadores a utilizá-las", disse à Lusa Paulo Ferreira dos Santos, presidente executivo da empresa.

Segundo o responsável, a venda dos bilhetes Andante (e também Navegante, de Lisboa) tem servido "para financiar as entidades que lidam com a bilhética", mas estas "prejudicam a adesão e utilização dos transportes pelos utentes, encarecem a bilhética (máquinas, validadores, portas do metro ou do comboio) e implicam um investimento enorme em 'stocks'".

O responsável considera que, "como a estrutura é fechada à tecnologia dos cartões", estes sistemas acabam por constituir "um bloqueio a adoção de inovações, pois, por exemplo, impedem a fácil e rápida interação com telemóveis".

"É uma opção de quem gere o sistema. Há hoje muitos sistemas, muito mais eficazes, muito mais baratos do que o sistema que existe aqui no Porto", disse à Lusa Paulo Ferreira dos Santos.

Para o responsável da empresa sediada no UPTEC, no polo universitário da Asprela, no Porto, nos últimos anos "percebia-se perfeitamente que o paradigma estava a mudar", mas "foi uma opção manter o paradigma anterior", apontando a "quem gere o sistema" - os Transportes Intermodais do Porto (TIP).

Questionado sobre se o Porto corre o risco de ficar para trás tecnologicamente devido a essas opções, o empresário refere que embora exista a 'app' [aplicação móvel] Anda e a possibilidade de pagamentos com cartão bancário sem contacto na linha de metro do Aeroporto e na linha 500 da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), a cidade permanece com uma opção "cara" de bilhética intermodal.

Para Paulo Ferreira dos Santos, "hoje, qualquer sistema moderno de qualquer cidade, ou qualquer cidade que tenha ambições, está a pensar num sistema 'contactless', num sistema onde as pessoas não têm que ir a bilheteiras, com vendas digitais", sendo que "Porto e Lisboa continuam na senda que vinham anteriormente".

Comparando com Londres, e lembrando que quem lá viaja "já viu montes de vezes as filas nas máquinas para carregar o Oyster [bilhete londrino]", uma opção sem necessidade de ir às máquinas também levaria a poupanças, algo "que não é uma coisa displicente quando estamos a falar de dinheiro público".

"O processamento de um cartão 'conctactless' [sem contacto] custa cerca só de 20% do processamento de um cartão fechado como é o caso do Oyster ou do Andante", estimou, e em Londres contribuiu para baixar o custo da bilhética "de 14,3% para 9,2% da receita".

Paulo Ferreira dos Santos lamentou ainda o facto da informação sobre os transportes em tempo real não ser aberta para uso das empresas no Porto, apesar de liderar uma empresa criada no ambiente universitário da cidade.

"Embora aqui na UPTEC estejamos a 100 metros de várias paragens de autocarro, e a 200 ou 300 metros de duas ou três estações de metro, tentámos logo [em 2018] ter acesso a dados e a uma interação que nos permitisse desenvolver o nosso produto", mas sem sucesso, após contactos com os TIP e outras entidades responsáveis.

Atualmente, a empresa continua com a 'app' Pick Hub na cidade "sem informação em tempo real, e mesmo até sem informação básica dos transportes", sendo a única existente a do Metro do Porto, já que quanto à informação ao minuto da STCP, Paulo Ferreira dos Santos refere que "nunca" lhe foi facultada.

"Já pedimos. Ela existe", refere o empresário, lembrando que "em muitos sítios, em muitos operadores e em quase todas as cidades, disponibilizam de forma aberta e gratuita" esse tipo de informação.

A Lusa enviou questões aos TIP e à STCP acerca dos sistemas de bilhética e a relação com a Ubirider e aguarda resposta.

Leia Também: STCP vai operar a linha de metrobus do Porto, revela Rui Moreira

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