Tryp.com chega a Portugal e ambiciona ser unicórnio até 2025
A 'startup' luso-dinamarquesa Tryp.com, plataforma de viagens que usa a inteligência artificial (IA), chegou hoje a Portugal, mercado onde pretende ter presença física, e ambiciona ser unicórnio até 2025, disse o CEO à Lusa.
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Economia Tryp.com
A 'startup', fundada por quatro jovens portugueses e dois dinamarqueses em 2019 em Odense, cidade da ilha Fyn, na Dinamarca, "cria combinações de voos, comboios, autocarros e hotéis e avalia o que poderá ser interessante para o utilizador", explicou o presidente executivo (CEO) e cofundador André Rangel Sousa.
"Temos um processo de avaliação do que é que é uma boa viagem e depois temos o algoritmo a criar boas viagens", acrescentou, referindo que existem parâmetros do que consideram ser uma boa viagem, não só em termos de preço, mas também da localização, além de diferentes categorias e até de quanto custa em média cada dia passado num determinado local.
A plataforma foi lançada oficialmente no final do verão e agora, com a entrada em Portugal, vão "começar com a campanha de marketing", especialmente no sul e no norte da Europa, para "espalhar a palavra".
André Rangel Sousa conta que a plataforma tem "milhares de visitantes diários", numa média diária à volta dos 2.000, sendo que por mês pode ir aos 70 mil.
Sobre os destinos, "neste momento", as opções são "todo o mundo", sublinhou André Rangel Sousa, de 25 anos.
Relativamente ao investimento inicial, diz que são "cerca de 350 mil euros", mas que já têm "mais investimento prometido ou em negociação". Sobre a origem deste investimento, proveem de investidores dinamarqueses, um investidor holandês e fundos do Estado dinamarquês para apoio à inovação, referiu ainda o CEO.
Já quanto a investimento português, André Rangel Sousa admitiu essa possibilidade, mas não referiu nomes: "Estamos em conversa".
A chegada da plataforma de viagens a Portugal, que o presidente executivo da Tryp.com garante não haver nenhuma igual no mundo, marca também o interesse da Tryp.com ter presença física no país.
"Estivemos em novembro num acelerador de 'startups' na Madeira, adorámos aquilo, o nosso sonho é passar algumas das atividades para Portugal", admitiu.
"Parte dos objetivos é termos também sede ou uma subsidiária em Portugal", sublinhou, embora não adiante para quando.
Questionado sobre se a Madeira poderia ser uma possibilidade, André Rangel Sousa salientou ser "muito apelativo por causa dos benefícios fiscais e pela boa temperatura" da água do mar, algo que os seus colegas dinamarqueses apreciam.
Outro dos objetivos é chegar a unicórnio.
"A Tryp.com é uma oportunidade única, temos uma plataforma que pode chegar a qualquer pessoa do mundo", há a "ambição de fazer algo gigantesco e não estar aqui fechado no mercado nórdico e expandir com a ambição de criar um unicórnio e abanar aqui [a forma] como é que as pessoas viajam", sublinhou.
"O nosso objetivo seria daqui a dois anos, dois anos e meio, se calhar três anos" chegar a unicórnio, sendo que para já "o foco é trabalhar para expandir agora, adicionar funcionalidades" ao projeto, acrescentou o presidente executivo.
"Somos um bocadinho o Netflix das viagens, acreditamos que conseguimos trazer isso para indústria no sentido ir ao 'site' sem dores de cabeça", obtendo uma boa viagem com processo simplificado, apontou o cofundador da Tryp.com.
Neste momento, a equipa da Tryp.com é composta por 12 pessoas, mas estão "sempre à procura de talento", adiantando que esta irá crescer, mas não adiantou para quantas pessoas.
A equipa de 'marketing' está atualmente em Portugal.
O presidente executivo adianta que "o negócio está a correr bem", mas para já não pretende lançar números, só mais para a frente.
As receitas da plataforma proveem de comissões dos hotéis e transportes pelas reservas feitas na Tryp.com.
Para André Rangel Sousa, a pandemia abriu oportunidades, já que as "pessoas estão mais flexíveis, estão cada vez mais abertas" para viajar e a diferenciação da plataforma é que esta não pergunta à partida para onde se quer viajar, faz todas as decisões do ponto de vista matemático sobre qual é a melhor experiência como utilizador.
Trata-se de uma solução de 'chave na mão', apresentando um pacote que, para além dos transportes, inclui também a estadia (para quem pretenda) e as indicações, por exemplo, dos destinos que aceitam passaporte covid ou os que têm restrições.
"A indústria das viagens é uma indústria que é monopolizada por poucas empresas", são "dois grupos que controlam" o setor e tem "havido muito pouca inovação" nesta área, referiu o responsável.
"Eu sou um pouco 'outsider', vim da indústria de robótica em que tens inovação, quase todos os dias tens uma empresa a sair com um produto inovador. Aqui na indústria das viagens é ao contrário, a maior inovação que tivemos nos últimos 15 anos foi o Airbnb", argumentou.
A pandemia "é uma oportunidade" e a "filosofia" da Tryp.com como empresa é permitir às pessoas "viajar mais por menos", reforçou, citando Hans Christian Andersen, que nasceu em Odense, na cidade onde a 'startup' está, que "dizia que viajar é viver".
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