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Brasil eleva taxa de juros ao nível mais alto para conter inflação

O Banco Central do Brasil elevou na quarta-feira a taxa básica de juros em 1,5 pontos percentuais, para 7,75% ao ano, o nível mais elevado em quatro anos, numa tentativa de travar a crescente inflação.

Brasil eleva taxa de juros ao nível mais alto para conter inflação
Notícias ao Minuto

06:55 - 28/10/21 por Lusa

Economia Brasil

O Comité de Política Económica (Copom) do Banco Central decidiu acentuar a sua política de aumentar gradativamente o custo do dinheiro, já que nas duas últimas reuniões só havia aumentado a denominada taxa Selic num ponto percentual, após admitir que a inflação parece estar fora do controlo.

"A inflação ao consumidor continua elevada. A alta dos preços veio acima do esperado, liderada pelos componentes mais voláteis, mas observam-se também pressões adicionais nos itens associados à inflação subjacente", explicou o Banco Central em comunicado.

O órgão emissor acrescentou que o aumento de 1,5 pontos na taxa de juros foi decidido de forma unânime porque, dada "a deterioração do balanço de riscos" e o aumento das projeções para a inflação, "o novo ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante".

Após elevar a taxa de referência desde 6,25% anual em setembro, quando já estava no seu nível mais alto em dois anos, para 7,75% ao ano nesta quarta-feira, o custo do dinheiro no Brasil atingiu o seu maior nível desde setembro de 2017 (8,25%).

Depois de dois anos de recessão (2015-2016) e outros dois de baixíssimo crescimento, as taxas caíram rapidamente no Brasil a partir de 2019, com a chegada à Presidência do líder de extrema-direita Jair Bolsonaro, defensor de um modelo económico liberal, até que se fixaram em 2,0% ao ano em agosto de 2020, mas a partir de fevereiro de 2021 começaram a ser elevadas com o Banco Central atento à inflação.

Este foi o sexto aumento consecutivo na taxa básica de juros do país.

Nem mesmo as advertências de empresários e sindicatos, de que o aumento do custo do dinheiro poderia ameaçar a recuperação da economia brasileira após a retração histórica de 4,1% que o país sofreu em 2020 com a pandemia, tiveram eco no Banco Central.

Pelas últimas projeções de economistas de mercado, o Brasil irá recuperar-se em 2021, com um crescimento de 5,0%, mas em 2022 voltará a enfrentar dificuldades e alguns analistas, como os do banco Itaú, já preveem uma nova retração.

Apesar disso, o órgão emissor está mais preocupado com a inflação, que em setembro foi de 1,15%, p seu maior nível para o mês desde 1994, o que situou a taxa interanual em 10,25%, o índice mais elevado em doze meses desde fevereiro de 2016.

Os economistas do mercado preveem que o Brasil encerre este ano com uma inflação próxima a 9,0%, muito acima do teto.

As preocupações do Banco Central aumentaram na semana passada, após o Governo defender uma manobra fiscal que permitisse ultrapassar o teto dos gastos públicos, uma das principais garantias da política de responsabilidade fiscal, para financiar um programa de distribuição de subsídios a 17 milhões de famílias carenciadas em 2022, ano em que Bolsonaro deverá disputar a reeleição.

"Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o Copom considera que os recentes questionamentos da política fiscal aumentam o risco de elevação das expectativas de inflação", segundo o comunicado.

O maior temor da autoridade monetária é que o Brasil afunde na estagflação, ou seja, na estagnação económica com elevada inflação.

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