Recuperação da crise deve incluir expansão à aprendizagem, diz OCDE
O secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Ángel Gurría, considerou hoje que a recuperação da crise deve incluir a expansão do acesso à aprendizagem de qualidade a todos os europeus para enfrentarem as próximas transições.
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Economia Cimeira Social
"E devo insistir especialmente nos pouco qualificados, que são os que estão mais ameaçados de ficar de fora da recuperação", vincou o secretário-geral na sessão de trabalho paralela à Cimeira Social, que decorre hoje, no Porto, sob o nome de "Qualificações e Inovação".
Os custos de expansão e melhoria dos sistemas de aprendizagem de adultos serão altos, mas necessários, frisou.
A pandemia de covid-19, nomeadamente as medidas de distanciamento social necessárias e impostas no âmbito de combate a esta, diminuíram a participação dos trabalhadores nas formações em contexto de trabalho em cerca de 20%, adiantou.
"Estimamos que, em média, a redução nas oportunidades de aprendizagem baseada no trabalho para trabalhadores de média e baixa qualificação é duas vezes maior do que para adultos com o ensino superior", afirmou Ángel Gurría.
O secretário-geral da OCDE apontou ainda a necessidade de resolver o problema assente no facto de, para muitos trabalhadores, a aprendizagem e formação ser "cara e não ser conciliável com o emprego e as responsabilidades familiares".
Outro dos pontos a melhorar neste âmbito passa por uma maior orientação e consciencialização dos trabalhadores sobre a importância da aquisição de novas competências, considerou.
A Cimeira Social decorre hoje no Porto com a presença de 24 dos 27 chefes de Estado e de Governo da União Europeia, reunidos para definir a agenda social da Europa para a próxima década.
Também presentes no evento, que decorre em formato 'online' e presencial na Alfândega do Porto, estão os presidentes do Parlamento Europeu, David Sassoli, do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assim como os vice-presidentes executivos da Comissão Margrethe Vestager e Valdis Dombrovskis, o Alto Representante Josep Borrell e os comissários Elisa Ferreira, Mariya Gabriel e Nicolas Schmit, além de outros líderes políticos e institucionais, parceiros sociais e sociedade civil.
Definida pela presidência portuguesa como ponto alto do semestre, a Cimeira Social tem no centro da agenda o plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, apresentado pela Comissão Europeia em março, que prevê três grandes metas para 2030: ter pelo menos 78% da população empregada, 60% dos trabalhadores a receberem formação anualmente e retirar 15 milhões de pessoas, cinco milhões das quais crianças, em risco de pobreza e exclusão social.
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