Meteorologia

  • 09 MAIO 2024
Tempo
19º
MIN 16º MÁX 26º

Acaba votação sobre criação histórica do primeiro sindicato na Amazon

A votação sobre a criação de um sindicato em um centro logístico da Amazon no Estado do Alabama, que seria o primeiro nos EUA, acaba hoje, ao fim de cinco meses de uma campanha de David contra Golias.

Acaba votação sobre criação histórica do primeiro sindicato na Amazon
Notícias ao Minuto

23:34 - 29/03/21 por Lusa

Economia Amazon

"O pior para a Amazon já aconteceu: três mil empregados disseram que não podem continuar a trabalhar nas condições que têm", apontou o dirigente local do sindicato da distribuição (RWDSU, na sigla em Inglês), Joshua Brewer, que vai representar os 5.800 empregados do centro de Bessemer, se votarem a favor da representação sindical.

Desde o passado outono que sindicalistas têm estado presentes, dia e noite, na entrada do imenso e recente edifício, primeiro, para recolherem assinaturas, no mínimo de três mil, para a votação, depois, para convencerem os potenciais votantes a aderirem à causa.

A contagem dos votos enviados por correio deve começar na terça-feira, sob a controlo d agência federal encarregada do direito do trabalho.

Os resultados não devem ser conhecidos antes do final da semana.

O movimento nasceu da vontade de vários trabalhadores esgotados, que se sentem tratados como "robots" ou "prisioneiros".

Uma das empregadas que participa no movimento, Jennifer Bates, disse: "Queremos ser tratados com respeito e dignidade", o que, detalhou, "significa condições de trabalho seguras, segurança de emprego e salários à altura".

O conglomerado do comércio em linha fez contratações elevadas em 2020 e quase duplicou o lucro para 21 mil milhões de dólares (18 mil milhões de euros), graças à explosão da procura em tempo de pandemia.

Mas o segundo grande empregador dos EUA, com 800 mil empregados, não quer aceitar o risco que a sindicalização representa para si, nem em Bessemer, nem em lado algum, mesmo depois de Joe Biden ter prometido ser "o presidente mais pró-sindicatos" da história do país".

O grupo atacou recentemente congressistas que apoiam o movimento sindical, casos de Bernie Sanders e Elizabet Warren, senadores que foram candidatos à investidura presidencial pelo partido democrata.

A Amazon negou também o problema dos trabalhadores obrigados a urinar no local de trabalho, em garrafas de plástico, por falta de tempo para se deslocarem à casa de banho, apesar das notícias e fotografias divulgadas por vários meios.

Nas instalações, segundo os trabalhadores, a Amazon inunda-os de textos, cartazes e reuniões para elogiar as vantagens sociais que proporciona e agitar o espantalho da dimensão das quotizações sindicais, que podem rondar os 500 dólares anuais.

O conglomerado insiste regularmente no facto de pagar pelo menos 15 dólares por hora, mais do dobo do salário mínimo neste Estado pobre.

Mas Joshua Brewer contrapôs que "outras empresas na região pagam 18 a 20 dólares por hora". Para este antigo pastor e outros observadores, o que está em causa é a capacidade de exercer um controlo absoluto, e não questões financeiras.

"Como a maior parte dos empregadores norte-americanos, a Amazon quer manter um poder sobre tudo e garantir que os trabalhadores não podem negociar o que quer que seja", analisou Rebecca Givan, professora de relações sociais na Universidade Rutgers.

Na sua opinião, o grupo de Seattle está preparado para "despesas quase ilimitadas" para "provar que qualquer tentativa (de sindicalização) está votada ao fracasso".

"Se toda esta negatividade e estas histórias horríveis fossem verdadeiras, isso quereria dizer que há 5.800 idiotas a trabalhar no edifício. Ora, eu não trabalho com idiotas, nem sou uma", disse uma responsável pela qualidade, Dawn Hoag, de 43 anos, à AFP.

Darryl Richardson, o empregado na origem do movimento, está esgotado, mas feliz com o percurso já feito.

"O meu corpo não vai aguentar" este ritmo, diz este afro-americano de 51 anos. "Perguntam-me porque não procuro outro trabalho. Mais fácil dizer do que fazer! Estou demasiado velho, não me exprimo bem. É tempo de lutar".

A sua mensagem ao RWDSU no verão passado inspirou muitos outros, sublinhou Joshua Brewer: "Recebemos mais de mil pedidos provenientes de uns 50 centros logísticos diferentes, principalmente da Amazon".

Leia Também: Urinar em garrafas? Amazon nega e tem Twitter 'inundado' de histórias

Recomendados para si

;

Receba as melhores dicas de gestão de dinheiro, poupança e investimentos!

Tudo sobre os grandes negócios, finanças e economia.

Obrigado por ter ativado as notificações de Economia ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório