Associação dos Comerciantes do Porto quer que apoios cheguem rapidamente
O presidente da Associação dos Comerciantes do Porto, Joel Azevedo, defendeu hoje ser necessário que os apoios anunciados pelo Governo e município cheguem rapidamente aos comerciantes, sob pena dos estabelecimentos que ainda "resistem" encerrarem portas.
© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images
Economia Covid-19
"Todas as medidas são bem-vindas, vamos ver se são suficientes, e se forem necessárias mais assim exigiremos. Agora que venham rápido, o mais rapidamente possível, porque cada dia que passa, possivelmente, mais um estabelecimento pode encerrar portas ou ter dificuldades de subsistir", afirmou, em declarações à Lusa.
Escusando-se a comentar se os apoios anunciados pelo Governo e pela Câmara do Porto são suficientes para fazer face à crise vivida pelo comércio tradicional, Joel Azevedo referiu que a grande maioria dos estabelecimentos comerciais da cidade ainda "resiste", mas há outros em grandes dificuldades ou que já encerraram.
"A grande maioria está a resistir, depois depende de setor para setor, a restauração está com grandes dificuldades, a restauração no centro da cidade virada para o turismo com mais dificuldade ainda, tudo o que é 'movida' e algum retalho está com grandes dificuldades, mas nos bens alimentares e similares está tudo razoavelmente tranquilo", observou, acrescentando desconhecer quantos estabelecimentos já encerraram portas devido à pandemia de covid-19.
Através do programa Apoiar.pt, o Governo vai atribuir apoios a fundo perdido às micro e pequenas empresas do comércio, restauração e atividades culturais com quebras homólogas de faturação superiores a 25%. Nas empresas de animação noturna estes valores são majorados em 50%.
Já a Câmara do Porto anunciou que vai isentar do pagamento de taxas e licenças os estabelecimentos e agentes do tecido económico, comercial e empresarial municipais, até ao final de 2021. E a "medida de redução em 50% do valor das rendas devidas pelos comerciantes instalados em prédios municipais, aprovada em setembro pelo executivo municipal (...) por proposta do presidente da Câmara do Porto, será também aplicada a todas as empresas municipais com inquilinos comerciais, nomeadamente Porto Vivo, SRU, Domus Social e Ágora".
Joel Azevedo considera que, nesta altura de grandes dificuldades para o comércio tradicional, era necessária uma ação concentrada entre Governo, áreas metropolitanas e municípios, que garantisse apoios "iguais" para todos os comerciantes, independentemente do concelho onde estão instalados.
O dirigente admite, contudo, que a verba arrecadada pela Câmara do Porto com a taxa turística podia ser uma das formas de ajudar os comerciantes.
"Tudo o que vier dos municípios é bem-vindo, a taxa turística é bom exemplo, essa como muitas outras. É obvio que devia haver um esforço global também dos municípios para ajudar o comércio de rua, eu diria mesmo que existe também um interesse dos municípios em colaborar e ajudar o seu comércio", disse, salientando que a perda do comércio tradicional representaria também perda de identidade para a cidade do Porto.
Com as festividades natalícias à porta, Joel Azevedo defendeu que chegou à altura de os portugueses contribuírem para a manutenção de dezenas de micro, pequenas e médias empresas e dos seus postos de trabalho, "salvando o Natal".
"Para salvar o Natal é preciso a boa vontade dos portugueses. Aproveitar esta época natalícia para fazer compras nesses estabelecimentos de comércio tradicional", apelou, lembrando que o comércio tradicional se adaptou às exigências da pandemia, sendo um local seguro para fazer compras.
Aquele responsável recordou que a época natalícia é para o comércio tradicional a mais importante do ano, permitindo em muitos casos "salvaguardar" o ano seguinte.
Portugal contabiliza pelo menos 3.971 mortos associados à covid-19 em 264.802 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O país está em estado de emergência desde 09 de novembro e até 08 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.
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