Porto do Funchal recebe escala de cruzeiro após meses de fecho (e perdas)
A escala do primeiro navio de cruzeiro no Funchal, após sete meses de paragem devido à covid-19, está prevista para sábado, quando a APRAM - Administração dos Portos da Madeira assinala uma perda de três milhões de euros no setor.
© iStock
Economia Covid-19
"Não vale a pena comparar este ano de 2020 com 2019, quando o porto do Funchal foi o primeiro porto português em movimento de passageiros", disse à agência Lusa a presidente da APRAM, Paula Cabaço, vincando que no ano passado foram registadas 300 escalas, com 596.818 passageiros e 224.952 tripulantes.
De acordo com os dados oficiais, a indústria dos cruzeiros gerou um contributo de 50 milhões de euros na economia regional.
"Há sete meses que não temos qualquer navio de cruzeiro em porto, pois o porto esteve fechado e a grande maioria das companhias paradas", lembrou Paula Cabaço, explicando que entre janeiro e 13 de março de 2020 ocorreram apenas 68 escalas, com 152.417 passageiros e 52.060 tripulantes.
E reforçou: "Só no setor de cruzeiros, tendo em conta os cancelamentos/fecho do porto, perdemos cerca de três milhões de euros."
Devido a estes prejuízos, o Conselho do Governo Regional aprovou, na quinta-feira, um apoio de 4,4 milhões de euros à APRAM, considerando que a perda de receitas ocorreu de "forma direita, necessária e involuntária".
A retoma da atividade arranca no sábado, com a escala do SeaDream I, um navio com 108 metros de comprimento e capacidade para 112 passageiros e 95 tripulantes, operado pela empresa SeaDream Yacht Club, com registo em Nassau, Bahamas.
O SeaDream I chega ao Funchal às 10:00 e parte às 18:00.
As autorizações para embarques, desembarques e vindas a terra de passageiros e tripulantes serão analisadas "caso a caso" e estão sujeitas às condições definidas pelo Instituto de Administração da Saúde (IASAÚDE).
"Todos os passageiros em trânsito que estejam autorizados a vir a terra terão de apresentar um teste PCR negativo, feito no último porto de escala, nas 72 horas anteriores", explica Paula Cabaço, indicando os passageiros que tenham a Madeira como destino final terão de efetuar o teste à chegada, na gare marítima, e aguardar o resultado em confinamento numa unidade hoteleira.
A presidente da APRAM assinala que todos os equipamentos e sinalética estão posicionados para esta operação, sublinhando que a região investiu cerca de 600 mil euros na gare, de modo a cumprir o plano de gestão e a garantir uma "operação em termos sanitários".
"A vinda do SeaDream I ao Funchal é, para nós, o primeiro teste de todos os procedimentos definidos nos planos de contingência e de gestão dos nossos portos, no âmbito da prevenção e combate à covid-19", realçou.
A responsável admitiu que "esta não é uma abertura plena" e referiu que "os condicionamentos decorrentes da pandemia e definidos pela região visam, em última análise, defender a segurança do destino Madeira".
De acordo com Instituto de Administração da Saúde, o arquipélago da Madeira regista 115 casos ativos de covid-19, dos quais 106 foram identificados no contexto das atividades de vigilância implementadas no Aeroporto da Madeira e nove são de transmissão local.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com