SNQTB diz que não aceita reestruturações bancárias à custa do SAMS
O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) disse hoje, em comunicado, que não aceita que os bancos façam reestruturações com saída de trabalhadores que envolvam riscos para o subsistema de saúde SAMS Quadros.
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Economia SNQTB
"Não permitiremos que um subsistema de saúde, que é direito fundamental dos nossos associados e seus familiares, seja um engodo para cativar os trabalhadores a aceitarem as rescisões por mútuo acordo ou que seja instrumentalizado como catalisador ou facilitador para a massificação das rescisões de contratos de trabalho, viabilizando reestruturações", disse o presidente do SNQTB, Paulo Marcos, citado em comunicado.
No comunicado hoje divulgado, o SNQTB afirmou que tem participado de forma ativa nos processos de reestruturação dos bancos com saídas de trabalhadores (por rescisões por mútuo acordo ou reformas antecipadas), "analisando a sua dimensão, âmbito e objetivos e os resultados futuros para os bancos e fundamentalmente para os trabalhadores", mas que não permitirá que as reestruturações "envolvam riscos para o SAMS Quadros" ou que "este seja utilizado para negociar rescisões por mútuo acordo".
Paulo Marcos afirmou que a gestão deste subsistema de saúde implica que sejam "evitados riscos incomportáveis para o futuro", pelo que "mesmo sob a promessa de vantagens a curto prazo, nunca poderá ser colocada em causa a sustentabilidade a longo prazo do SAMS Quadros".
"O ónus financeiro das restruturações cabe aos bancos e seus acionistas", vincou o dirigente sindical.
De acordo com fontes sindicais e do setor financeiro, os bancos portugueses estão a preparar uma nova redução das estruturas, desde logo com saída de trabalhadores.
Já no final de julho, a agência de 'rating' Fitch considerava que, face à nova ameaça para o setor bancário português que representa a crise da covid-19, uma das medidas que os bancos tomariam seriam novas reestruturações. E as declarações que os banqueiros têm feito nos últimos meses indicam isso mesmo.
Logo em abril, o BCP disse que ia adiar a redução de trabalhadores que tinha previsto para este ano (numa postura que qualificou de "responsabilidade social"), mas que a faria no início de 2021.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai continuar a cumprir este ano a redução de pessoal acordada no plano de reestruturação com a Comissão Europeia, o que passa pela saída de 250 funcionários no segundo semestre (além dos 179 que saíram até junho), mas a administração já admitiu que mais saídas poderão ser previstas no plano 2021-2024.
Quanto ao Novo Banco, o SNQTB disse, em meados de setembro, que a instituição "tem vindo a apresentar propostas de reforma antecipada e de rescisão de contratos de trabalho por acordo a um conjunto de trabalhadores".
O Montepio tem um plano alargado de saída de trabalhadores, que poderá envolver entre 600 e 900 pessoas.
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