A exigência foi sublinhada hoje pelos profissionais do setor durante uma concentração junto à sede da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), na zona histórica do Porto, que juntou dezenas de participantes.
"Todos têm direito a ser aumentados dignamente", sublinhou à Lusa Célia Lopes, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), uma das estruturas envolvidas no protesto.
"Trinta e cinco euros para todos é o mínimo que se pode reivindicar. Não podemos ficar por 'aumentos simbólicos'. É preciso valorizar significativamente quem, de uma forma exemplar, cumpre o seu papel, mesmo vendo os seus direitos coletivos serem atropelados todos os dias", explicou a sindicalista, adiantando que a CNIS pretende que a partir de determinado nível salarial os aumentos sejam percentuais e de apenas 1%.
Na perspetiva sindical, importa valorizar todas as carreiras de quem "num momento particularmente difícil", marcado pela pandemia da covid-19, "não abandona utentes e trabalha no limite das suas forças e capacidades, dando o melhor de si para cuidar dos que mais necessitam".
O CESP afirma que os trabalhadores das IPSS "foram obrigados pelo Governo e instituições a trabalhar 10, 12, 24 horas seguidas, sete ou 14 dias consecutivos".
Foram também, como assinala, "impedidos de gozar férias, de rescindir contratos de trabalho e até de prestar assistência aos seus filhos", sem pagamentos extraordinários.
"Sendo professores e educadores, auxiliares de ação educativa e trabalhadores dos serviços gerais, todos foram poucos para as necessidades e todos responderam positivamente ao apelo feito para que nenhum cuidado faltasse a nenhum utente", acrescenta o sindicato.
Em 23 de setembro, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais organizou uma ação semelhante junto à porta do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em Lisboa.
Segundo dados sindicais, oito em cada 10 trabalhadores das IPSS recebem o salário mínimo nacional.