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Arménio Carlos considera CGTP "essencial para os trabalhadores e o país"

O ex-secretário geral da CGTP, Arménio Carlos, considera a central sindical essencial para os trabalhadores e o país, por não se limitar a reivindicar melhores condições de vida e de trabalho, defendendo sempre um modelo de desenvolvimento para Portugal.

Arménio Carlos considera CGTP "essencial para os trabalhadores e o país"
Notícias ao Minuto

07:29 - 27/09/20 por Lusa

Economia CGTP

"A CGTP tornou-se essencial para o país porque é um projeto que não se limita a reivindicar melhores condições de vida e de trabalho. É também um projeto que tem defendido mais desenvolvimento para o país", disse Arménio Carlos à agência Lusa, a propósito dos 50 anos da central sindical, que se comemoram em 01 de outubro.

O ex-sindicalista lembrou "o contributo inestimável" dado pela central sindical em prol da liberdade, antes do 25 de Abril, e pela sua consolidação após a revolução, unindo milhões de pessoas na primeira comemoração do 1.º de Maio e conseguindo "uma significativa evolução dos direitos individuais e coletivos".

"A partir daí nunca deixou de estar junto dos trabalhadores, defendendo as suas reivindicações. Mas com a consciência de que não pode haver resposta aos problemas dos trabalhadores se não houver desenvolvimento estrutural do país", disse.

Para Arménio Carlos, a grande marca da CGTP é o facto de a central sindical ter sido construída e desenvolvida pelos trabalhadores, nos seus locais de trabalho, crescendo a partir das bases.

Lembrou, a propósito, as grandes lutas da central sindical e os resultados obtidos.

Nos anos 80 do século XX, com a primeira intervenção do FMI em Portugal, foi o combate à pobreza, salários em atraso e trabalho infantil que originou grandes movimentações sindicais.

Na década de 90, as lutas foram em defesa das funções sociais do Estado e "conseguiram travar o plafonamento e entrada do setor privado na segurança social".

O antigo sindicalista destacou ainda o confronto da Inter com o Governo PSD/CDS durante a intervenção da 'troika', que levou a "quatro anos de movimentações sociais e contestação que levaram ao esvaziamento eleitoral que suportava a coligação governamental".

"A luta social não pode desligar-se da política, pois não há estabilidade política sem estabilidade social", considerou.

Segundo Arménio Carlos, a CGTP continua a ser considerada uma estrutura "coerente e credível", porque não se limita à contestação, apresentando ao longo dos tempos propostas que podiam ajudar ao desenvolvimento do país.

"A CGTP é um grande coletivo, suportada pela credibilidade dos trabalhadores", considerou.

O ex-sindicalista assumiu que o que mais o marcou, nos oito anos de liderança da Intersindical, foi "a confiança demonstrada pelos trabalhadores nos sindicatos da CGTP".

"No período de intervenção da 'troika' os trabalhadores, quer do setor público, quer do setor privado, nunca deixaram de responder à chamada da CGTP para manifestarem o seu repúdio pelas políticas que promoviam o corte nos direitos e nos rendimentos (...), por outro lado, também o contributo indispensável que deram com essa mesma luta para que se conseguisse retirar a maioria absoluta ao PSD/CDS e abrir o caminho para uma outra solução política", salientou.

Para Arménio Carlos, o futuro da Inter deverá passar pelo "combate à desregulação laboral que está em marcha", agravada pelos efeitos da pandemia, que está também a amedrontar os trabalhadores, inibindo-os de reivindicar os seus direitos.

Arménio Carlos deixou de ser secretário-geral da CGTP em fevereiro, após oito anos de liderança, e voltou ao seu local de trabalho, a Carris, por opção, para mostrar que não é diferente dos outros trabalhadores.

Após cerca de 35 anos de dedicação exclusiva ao sindicalismo, o ex-secretário-geral da Intersindical preferiu voltar ao seu posto de trabalho, como eletricista, do que reformar-se de imediato, apesar da sua carreira contributiva de 46 anos lho permitir.

Arménio Carlos, que foi eleito secretário-geral da Inter a 27 de janeiro de 2012, completou 65 anos de idade em junho e, tendo em conta uma regra interna da CGTP, não pôde recandidatar-se no congresso de fevereiro, porque iria atingir a idade de reforma durante o mandato.

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