Numa análise hoje divulgada, a DBRS considera que a eventual fusão será positiva na perspetiva de rentabilidade, face à crise da covid-19 e ao contexto de baixas taxas de juro, desde logo porque há sinergias a criar, através de poupanças de custos e da economia de escala. Segundo a a DBRS, em 2018, 85% das agências do Bankia estavam em áreas onde também estava o Caixabank.
A DBRS considera ainda que a nova entidade bancária terá um balanço mais equilibrado e mais facilidade em constituir provisões para fazer face à crise da covid-19.
Na semana passada, o Bankia e o CaixaBank anunciaram ao mercado que estão a estudar uma possível fusão.
Segundo a agência de 'rating', a fusão criaria um líder de mercado em Espanha, com 26,7% de quota de mercado em termos de crédito bruto, a uma significativa distância dos concorrentes seguintes (Santander com 15,9% e BBVA com 14,4%).
Esta seria a maior fusão após a última crise, ultrapassando a aquisição do Banco Popular pelo grupo Santander (2017) e, segundo a DBRS, deverá ser vista com bons olhos pelos reguladores (desde logo o Banco Central Europeu).
Contudo, a DBRS considera cedo para avaliar na totalidade as implicações do negócio uma vez que falta informação sobre a estrutura da fusão e o plano estratégico.
A DBRS considera ainda que o setor bancário espanhol ainda tem espaço para mais consolidações sem afetar a concorrência.
Segundo a comunicação ao mercado, a fusão dos dois bancos daria origem a um grupo financeiro com ativos de 650 mil milhões de euros, mas que apenas estaria presentes em Espanha e Portugal -- o CaixaBank é dono do português BPI.
O Caixabank tem como maior acionista a Fundação La Caixa, com 40% do capital social. O Bankia é maioritariamente detido (62%) pelo Estado espanhol.
De acordo com a imprensa espanhola, a Fundação La Caixa (dona do CaixaBank) controlaria 30% do grupo resultante da fusão, enquanto o Estado reduziria a sua presença no Bankia.