Medo do vírus chinês provoca fecho em baixa de Wall Street
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, com os investidores a cederem ao medo de uma propagação em larga escala de um vírus chinês, que pode prejudicar o crescimento económico mundial.
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Economia Wall Street
Os resultados definitivos da sessão indicam que o Dow Jones Industrial Average cedeu 0,58%, para os 8.989,73 pontos.
Mais fortes foram as perdas dos outros índices emblemáticos, com o tecnológico a recuar 0,93%, para as 9.314,91 unidades, e o alargado S&P500 a desvalorizar 0,90%, para as 3.295,47.
Contudo, a sessão tinha começado com uma tendência altista, perante a decisão da Organização Mundial de Saúde de não declarar o estado de alerta internacional perante o novo coronavírus chinês.
Mas os índices começaram a mudar o sentido da evolução depois da confirmação, durante a sessão, de um segundo caso nos EUA. Mais tarde foram confirmados dois casos em França, os primeiros na Europa.
Por seu lado, a China intensificou os esforços para conter a propagação da epidemia ao confinar mais de 40 milhões de pessoas na província de Hubei. Numerosas festividades do Ano Novo Lunar foram anuladas.
"Em si, o vírus não é um grande perigo" para o mercado acionista norte-americano, estimou Adam Sarhan, da 50 Park Investment. "Mas, se continuar a estender-se, se novos casos aparecerem, por exemplo, durante o fim de semana, em África, na América do Sul ou na Ásia, isso seria um mau sinal para o crescimento económico mundial que já é frágil", sublinhou.
Esta incerteza "enervou os investidores e incitou-os a vender antes de irem de fim de semana", adiantou.
No conjunto da semana, o Dow Jones recuou 1,2%, o Nasdaq perdeu 0,8% e o S&P500 desvalorizou 1,0%.
Sinal da prudência dos investidores e do seu interesse por ativos considerados menos arriscados, a taxa a 10 anos da dívida norte-americana recuou nitidamente durante esta semana. Às 21:15 de Lisboa evoluía nos 1,684% contra os 1,733% de fecho na quinta-feira e os 1,822% da sexta-feira passada.
Mas, por outro lado, o recuo dos índices bolsistas, na opinião de Sarhan, "é perfeitamente normal, e saudável, depois da sua recente subida".
Ainda na quinta-feira, o Nasdaq fechou em nível recorde, depois de na última sexta-feira o Dow Jones e o S&P500 terem, por sua vez, fixados novos máximos históricos, perto dos quais têm evoluído desde então.
Sobre os resultados trimestrais divulgados pelas empresas durante as últimas duas semanas, o especialista considerou-os "bons". Para mais, observou, "a Reserva Federal continua a ser acomodatícia, o que se traduz por dinheiro fácil para os investidores, e a política fiscal favorável aos investidores, além de que se anunciou novas descidas de impostos".
Desta forma, para Sarhan, "se se excluir o vírus, todos estes elementos são positivos para o mercado bolsista".
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