Analistas não esperam novas decisões da reunião do BCE de quinta-feira
O Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE) deverá discutir na reunião de quinta-feira a revisão da sua estratégia, sem que se esperem novas decisões de política monetária.
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Economia BCE
Segundo vários analistas, prevê-se que nesta reunião o BCE analise se as medidas de estímulo aprovadas em setembro estão a ter algum efeito na economia, antes de adotar novas decisões.
A economista Ulrike Kastens, da gestora de ativos DWS, não espera nenhuma surpresa da próxima reunião do Conselho, nem da conferência de imprensa que a líder do BCE, Christine Lagarde, dará no final.
Na opinião de Kastens, a curto prazo não se podem esperar mudanças nos parâmetros da política monetária.
"A conferência de imprensa pode anunciar o início oficial da revisão estratégica" do BCE, segundo a mesma economista, que disse, no entanto, não esperar que Lagarde se pronuncie sobre o assunto.
Um outro analista, Franck Dixmier, da Allianz Global Investors, também não prevê que surjam novas decisões de política monetária nesta reunião.
"Não esperamos nenhum anúncio de política monetária na primeira reunião do Banco Central Europeu em 2020. Nesta fase, não há razão para alterar a política atual definida em setembro de 2019", referiu.
Nessa ocasião, o BCE anunciou a compra dívida no valor de 20.000 milhões de euros por mês a partir de 01 de novembro durante o tempo necessário "para reforçar o impacto expansivo das suas taxas de juro".
Na mesma reunião de setembro, ainda sob a liderança de Mario Draghi, o BCE decidiu descer a taxa aplicada à facilidade permanente de depósito para -0,50%, ao mesmo tempo que admitia a possibilidade de baixar de novo as taxas de juro, abandonando qualquer horizonte preciso para as aumentar.
Na opinião do analista da Allianz, "para Christine Lagarde, este é um 'período de lua de mel', que lhe permite orientar-se e conduzir a revisão estratégica do BCE com total tranquilidade".
Lagarde avançou em dezembro que o BCE iniciaria em janeiro a revisão das ferramentas utilizadas para alcançar o objetivo de estabilidade de preços.
Atualmente, o BCE define esta estabilidade com uma inflação perto, mas ligeiramente abaixo de 2%.
Lagarde também disse em dezembro que o Conselho de Governadores prevê terminar a revisão da estratégia em finais de 2020.
Desde setembro, quando aprovou novos estímulos monetários, alguns membros do Conselho de Governadores mostraram-se favoráveis a menos estímulos e recentemente o BCE indicou que a economia da zona euro estabilizou e que a inflação subjacente acelerou moderadamente, segundo o diretor de investigação macroeconómica da UniCredit, Marco Valli.
Os mercados não contam, por isso, "com mais descidas das taxas de juro e começam a apostar que o próximo movimento será uma subida", de acordo com o mesmo analista, citado pela agência Efe.
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