Gás natural é "mais adequado" para transição energética
O representante em Portugal da associação ibérica de gás natural defendeu hoje a importância deste combustível na transição energética, apontando serem necessários mais incentivos do Governo para a sua utilização no transporte individual, como acontece com o carro elétrico.
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Economia Gás natural
Em declarações à agência Lusa, o delegado em Portugal da Associação Ibérica de Gás Natural e Renovável para a Mobilidade (GASNAM), Vítor Cardeal, disse que aquele combustível cumpre os objetivos da transição energética de atingir uma "mobilidade mais limpa e sustentável".
"[O gás natural] tem, em relação aos combustíveis tradicionais, menos emissões de dióxido de carbono (CO2). É um combustível muito mais limpo, o nível de ruído também é inferior ao dos veículos convencionais e tem uma autonomia basicamente equivalente", afirmou Vítor Caldeira.
Defendendo o gás natural como a "linha condutora que vai permitir toda a transição energética", aquele representante é da opinião de que a "solução elétrica não é a solução milagrosa para tudo".
Neste sentido, a GASNAM considera necessário uma "estratégia de incentivos" do Governo à utilização do gás natural no transporte rodoviário individual, "como a que tem sido feita ao carro elétrico", apesar de ver "com muita simpatia e satisfação" o interesse que o executivo tem demonstrado na utilização deste combustível nos transportes públicos.
"Nos [veículos] pesados não há discussão: o gás natural é a solução", sublinhou Vítor Cardeal, esclarecendo que agora o objetivo da GASNAM é "sensibilizar a opinião pública" para as vantagens da sua utilização no transporte individual.
Segundo o representante, em Mirandela já há um projeto de produção de biometano, que se consegue obter através da purificação do biogás proveniente, por exemplo, dos resíduos domésticos e de esgotos e que tem as vantagens de ser produzido localmente, criando emprego, e de promover a economia circular.
"Os veículos de recolha de resíduos [em Mirandela] já utilizam biometano", adiantou Vítor Cardeal.
Quanto ao abastecimento, o responsável disse que, no que diz respeito ao transporte de pesados esse é um problema que "está resolvido", mas que para o transporte individual ainda "está a ser resolvido", havendo, porém, uma "perspetiva de desenvolvimento".
"Já existem soluções [de abastecimento] em Lisboa e Porto e brevemente haverá mais soluções no resto do país", acrescentou.
O projeto de construção de um gasoduto nos Pirenéus, entre França e Espanha, que está ainda em discussão, seria, na opinião da GASNAM, vantajoso para a rede ibérica de abastecimento de gás natural, uma vez que passaria a estar ligada à rede europeia, podendo receber gás natural por 'pipeline' da Rússia e da região do Golfo e, também, distribuir o que chega por via marítima dos Estados Unidos para o resto da Europa.
No entanto, aquele projeto tem sofrido "avanços e recuos", disse Vítor Cardeal, e, para já, a rede ibérica ainda só recebe gás natural por transporte marítimo, proveniente dos Estados Unidos, Qatar e Nigéria, e por 'pipeline' apenas da Argélia.
A GASNAM vai promover o seminário "Gás Natural: A solução de mobilidade na transição energética", na quarta-feira, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, pretendendo com a iniciativa demonstrar que "o gás natural está preparado para ser um combustível que vai acompanhar todo o percurso da transição energética desde a situação atual até à descarbonização total da economia".
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