A CT esteve reunida na quarta-feira à tarde com o diretor da fábrica e a diretora de recursos humanos, mas não chegou a acordo quanto às reivindicações dos trabalhadores.
"Eles continuam intransigentes e até mostraram alguma arrogância que nunca vimos", disse à Lusa o porta-voz da CT, Bruno Rafael.
O mesmo responsável explicou que a CT apresentou uma proposta para que fosse pago um prémio imediatamente aos trabalhadores, sem qualquer tipo de objetivos, assumindo o compromisso de discutir no início do próximo ano a questão do aumento real do salário.
"Estávamos à espera de receber alguma coisa da parte deles [administração], mas vieram com uma mão cheia de nada. Agora já nem querem dar o prémio único de 90 euros que tinham prometido pagar em janeiro", afirmou Bruno Rafael.
O representante dos trabalhadores diz que o ambiente dentro da empresa "tem piorado", adiantando que a administração "continua a ameaçar as pessoas, dizendo que não podem fazer greve".
"Está um clima lá dentro de cortar à faca. A continuar assim o futuro disto é um bocado negro. Custa-nos muito partir para as greves, porque temos andado a tentar evitar vir para esta situação, mas não temos outra alternativa", observou.
Bruno Rafael explicou que os trabalhadores vão realizar mais um dia de greve à semana e outro ao fim de semana, tal como foi decidido nos plenários que decorreram nos dias 14, 15 e 17, devendo o pré-aviso ser entregue nos próximos dias.
Os trabalhadores da Renault Cacia levaram a cabo uma greve nos dias 7, 10 e 12 contra o assédio, repressão e perseguição que dizem estar a sentir e para exigir um aumento salarial de 65 euros.
De acordo com dados da CT, a paralisação rondou os 90% no setor da produção, uma mobilização que segundo Bruno Rafael mostra que "os trabalhadores estão unidos e descontentes com esta postura incompetente da administração".
Em 2017 a Renault Cacia foi considerada, pelo terceiro ano consecutivo, a primeira fábrica do grupo Renault-Nissan-Mitsubishi em todo mundo.
Neste momento, está em curso um investimento superior a 100 milhões de euros para dotar aquela unidade das condições necessárias à produção de uma nova geração de caixas de velocidades para os modelos mais representativos do Grupo Renault, mas também da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.
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