A pioneira em Portugal foi a Uber, a operar desde 2014. Chegaram depois a Cabify, a Bolt (anteriormente Taxify) e a Kapten (anterior Chauffeur Privé).
Atualmente há mais três operadores de TVDE (transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados de plataforma eletrónica) com licença emitida pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes, mas ainda não estão em funcionamento: Its my ride, Vemja e Biguride.
Em setembro do ano passado, o setor do táxi protagonizou o seu quarto grande protesto contra estas plataformas de transporte, parando entre 19 e 26 de setembro contra a entrada em vigor desta lei e reclamando que as plataformas deveriam ser sujeitas igualmente a contingentes, como o seu setor.
Ao fim de oito dias parados nas cidades de Lisboa, Porto e Faro, as associações representativas do setor decidiram desmobilizar os protestos, depois de o PS se disponibilizar para propor a transferência da regulação do número de carros ao serviço das plataformas para as autarquias, algo que ainda não está concretizado.
Nos primeiros tempos a relação entre motoristas de plataformas e de táxis não foi das melhores, com vários relatos de agressões a surgirem entre ambos, sobretudo na zona do aeroporto, ainda quando a Uber era a única a operar no mercado nacional.
O clima foi sempre de crispação entre os dois setores, chegando a existir viaturas danificadas dos motoristas das plataformas eletrónicas, mas, de acordo com os responsáveis do setor do táxi, "tudo já está mais contido".
Com um novo setor de atividade surgiram também tentativas de crime, no entanto, a Polícia Judiciária desmantelou, já este ano, um grupo de oito pessoas no âmbito de uma operação relacionada com a obtenção forjada de certificados e formações obrigatórias para motoristas de veículos descaracterizados de transporte de passageiros.
A rede criminosa desmantelada era composta por diversos responsáveis de escolas de condução e de centros de formação homologados pela entidade pública competente (Instituto de Mobilidade e Transportes), dois médicos, um advogado, um funcionário de organismo público e angariadores.
O esquema detetado envolvia a obtenção fraudulenta, através de formações fictícias, de certificados de aptidão para motoristas, certificados de motoristas de transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados e de transporte coletivo de crianças.
A lei que regulamenta as plataformas de TVDE entrou em vigor em novembro do ano passado e obriga a que todos os motoristas tenham uma formação de 50 horas, com componente prática e teórica, para poderem depois pedir o certificado ao IMT.
O diploma permitiu um período transitório de quatro meses de adaptação aos operadores de plataformas, estando os quatro que operam em Portugal -- Uber, Cabify, Bolt e Kapten - todos legalizados.
Quando terminou o período transitório para adaptação da lei, estavam aptos quase seis mil motoristas de TVDE, número que a meio de outubro ultrapassava já os 18 mil.