Petição contra fecho das Galerias Lumière defende integração de lojistas

Uma petição contra o encerramento das Galerias Lumière, no Porto, subscrita por quase 500 pessoas, defende que o novo projeto para aquele espaço deve integrar os lojistas, considerando que o seu desaparecimento é um "atentado" ao património da cidade.

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Lusa
24/10/2019 15:11 ‧ 24/10/2019 por Lusa

Economia

Porto

O documento, subscrito por 436 pessoas até às 14:55 de hoje e dirigido, entre outros, ao presidente da Câmara do Porto e aos responsáveis privados envolvidos, considera que "as Galerias Lumière são o mais recente exemplo do atentado à memória, à história, à cultura, ao património da cidade".

"Com a sua traça arquitetónica, o seu carisma de centro comercial único em escala no Porto, a sua memória do cinema onde se inaugurou em 1978 o primeiro caso de salas duplas, a sua localização no Porto histórico, cultural, artístico, social, este espaço emblemático não pode ser transformado, como está a ser congeminado, em qualquer empreendimento turístico ou mais um hotel (o oitavo nas ruas que o circunscrevem - José Falcão, Oliveiras e Sá de Noronha, e mais alguns em Mártires da Liberdade), com o único propósito de lucro imediato", aponta-se na petição.

Para os subscritores, o "destino" das Galerias Lumière passa "pela implementação de um projeto com inequívoca viabilidade económica e sustentabilidade financeira garantida", que inclua os comerciantes residentes, "para os quais será impossível" a transferência para outros espaços face "aos elevados preços dos arrendamentos atualmente praticados".

A transformação e revitalização daquele espaço é possível, por exemplo, através de um concurso de ideias para as Galerias, "assim o queiram os investidores com legitimidade e capacidade financeira".

"Espero que haja lucidez e que as Galerias Lumière se mantenham vivas, como bastião do que já foi o Porto noutras épocas e do que ainda é no presente: um Porto literário, de cultura, de lazer ativo, de associativismo, através de um plano de ação direto, para impedir o seu desaparecimento?", afirma-se na petição.

Para os subscritores, está a deixar-se "vulgarizar" o que identificava o Porto, e a deixar que o confundam com qualquer outro "sítio ou lugar".

Esta é, aliás, referem, uma preocupação crescente entre os cidadãos do Porto, perante o desaparecimento da "alma do Porto".

"Que Porto é este que se vende aos grandes interesses económicos e a uma hotelaria desenfreada? Que Porto é este que expulsa os seus habitantes do seu centro histórico e o oferece de bandeja aos turistas, que o fotografam e se vão embora? Que Porto é este onde os portuenses começam a sentir-se estrangeiros na sua cidade? Que Porto é este que se descaracteriza a cada segundo, com restaurantes ditos gourmet, AL e hotéis porta sim, porta sim?", questionam.

As Galerias Lumière, no Porto, vão encerrar no próximo ano, tendo já dado entrada na câmara um Pedido de Informação Prévia (PIP) sobre um novo projeto para o local.

Em resposta à Lusa, no dia 17 de outubro, a autarquia esclarecia que, para o local, "existe apenas a decorrer um PIP", não adiantando, no entanto, o projeto apresentado no âmbito daquele pedido de informação prévia.

No local, os lojistas falam em "bullying imobiliário", por parte da atual administração das Galerias que tem vindo a pressioná-los, através de email e sucessivos contactos telefónicos, no sentido de abandonarem o espaço o quanto antes.

No mesmo dia, a Direção Regional de Cultura do Norte revelou ter até 13 de novembro para se pronunciar sobre o projeto de arquitetura para o edifício das Galerias Lumière, no centro do Porto.

 

 

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