Bruxelas chumba orçamento italiano. País tem três semanas para responder
Itália torna-se assim no primeiro país a ver o seu projeto orçamental "chumbado" por parte da Comissão Europeia.
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Economia Comissão Europeia
A Comissão Europeia rejeitou o orçamento do estado de Itália para 2019. A decisão foi anunciada pelo vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, em conferência de imprensa, esta terça-feira. Roma tem agora três semanas para apresentar uma nova versão do documento.
“Hoje, pela primeira vez, a Comissão [Europeia] foi obrigada a pedir a um país da zona euro a rever a sua proposta de orçamento”, disse Dombrovskis.
Itália torna-se assim no primeiro país a ver o seu projeto orçamental "chumbado" por parte da Comissão Europeia, desde a implementação do "semestre europeu" de coordenação de políticas económicas e orçamentais, instituído em 2010.
“Não tivemos outra alternativa a não ser pedir ao governo italiano que o fizesse. Adotamos uma opinião que dará a Itália um máximo de três semanas para apresentar uma nova versão da proposta de orçamento para 2019", acrescentou.
Recorde-se que a Comissão Europeia pediu a Itália uma clarificação sobre o projeto de orçamento entregue na semana passada em Bruxelas, proposta que se desvia das regras europeias. O governo italiano assumiu que a proposta se desvia das regras, mas anunciou que a manteria.
Por isso, diz o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, esta decisão não deve surpreender ninguém, por se desviar dos compromissos europeus. Ainda assim, Moscovici deixa claro que a "porta não se está a fechar" e que pretende manter um diálogo construtivo com o Governo italiano.
2/2 However, our door is not closing: we wish to continue our constructive dialogue with the Italian authorities. I welcome Minister Tria's commitment to this end and we must move forward in this spirit in the coming weeks.
— Pierre Moscovici (@pierremoscovici) October 23, 2018
Em causa está o facto de o governo italiano prever um défice de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2019, quando o anterior governo de centro-esquerda tinha antecipado um défice de 0,8%. Este desvio deve-se à intenção do governo de cumprir promessas eleitorais que exigem um aumento da despesa pública, o que contraria os compromissos assumidos com a UE
Também na sexta-feira, a agência de notação financeira Moody's reviu em baixa o rating de Itália, passando-a de 'Baa2' para 'Baa3', o último nível da categoria de investimento.
[Notícia atualizada com mais informação às 15h18]
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