A AMA disse na sexta-feira ter obtido uma base de dados com todos os testes antidoping do laboratório de Moscovo entre os anos de 2012 e 2015, que poderiam corroborar as alegações do então diretor Grigory Rodchenckov, sobre uma vasta conspiração de doping.
Quando o escândalo veio a público, o russo, temendo pela própria vida, refugiou-se nos Estados Unidos, onde continuou a lançar acusações contra as autoridades russas, sendo agora alvo de um mandato de busca internacional.
A porta-voz do comité de investigação russo, Svetlana Petrenko, garante que o organismo está "pronto para cooperar" com a AMA e já enviou um pedido oficial nesse sentido.
O pedido russo ocorre uma semana depois de ter alegado tentativas frustradas para obter a base de dados, na posse da AMA.
Petrenko disse quinta-feira que Rodchenkov tentou persuadir o seu sucessor no laboratório de Moscovo a dar-lhe a base de dados, sendo que posteriormente ela mesmo contactou o comité de investigação e garantiu essa informação.
Na quarta-feira, o presidente do Comité Olímpico da Rússia (COR) disse à imprensa do seu país que a investigação oficial desmente as acusações da existência de um esquema de doping organizado na Rússia denunciado no relatório McLaren.
O líder do COR tinha anunciado que a informação da investigação oficial, realizada por um comité nomeado para o efeito, iria ser enviada para a AMA e manifestou-se confiante de que a mesma seria "tida em conta".
No final de 2015 um relatório elaborado pelo canadiano Richard McLaren denunciou uma rede de doping no desporto russo que envolvia várias instituições governamentais, com a participação dos serviços secretos daquele país.
Este relatório implicou cerca de 1.000 atletas em práticas de dopagem nos Jogos Olímpicos de verão Londres2012 e de inverno Sochi2014.
Depois de o Comité Olímpico Internacional (COI) ter colocado a decisão nas federações de modalidade, muitos atletas russos foram impedidos de participar nos Jogos Olímpicos Rio2016.