As ausências mais que notadas de Danilo e Marega, dupla que tem sido praticamente imprescindível para Sérgio Conceição ao longo desta temporada, poderiam fazer temer o pior junto dos adeptos do FC Porto. Os dragões têm um plantel curto e tiveram mesmo de recorrer à equipa B para preencher a ficha de jogo diante do Beleneneses.
Ainda assim, e já depois de Conceição ter garantido que a falta de opções não serviria de desculpa, o FC Porto recebeu e venceu os azuis do Restelo, numa exibição que correspondeu ao resultado (2-0).
Os golos de Héctor Herrera - que na noite de sábado foi o patrão do meio campo - e de Aboubakar deram justiça a um jogo que contou com um Belenenses de duas faces.
Mas primeiro falta analisar a escolha de Conceição para suprimir a ausência do castigado Danilo. Para surpresas das surpresas, o técnico azul e branco escolheu... Diego Reyes. Um central para fazer de trinco. Se à primeira vista, esta seria uma opção questionável, a verdade é que depois dos primeiros minutos se percebeu que Conceição tinha acertado em cheio. Não foi uma exibição perfeita do internacional mexicano, mas no momento de 'destruir' o jogo adversário, Reyes esteve implacável. Seguro a defender, com algumas falhas no posicionamento, e rápido a decidir ao primeiro toque.
Voltando ao Belenenses, a formação de Domingos Paciência apresentou no Dragão uma atitude plenamente defensiva. Linhas recuadas, setores juntos, como que adotando aquela postura de adiar o golo do adversário. Porém, a muralha do Restelo durou apenas 42 minutos. Tal golo acabou por fazer acordar o Belenenses na segunda metade da partida. Com o bloco mais alto e com uma atitude mais ofensiva, este Belenenses - que apareceu nos segundos 45 minutos - conseguiu impor respeito na casa daquele que é o líder do campeonato.
A sede por um golo que desse o empate acabaria, no entanto, por custar caro ao Belenenses. Num lance de contra-ataque, e numa altura em que o jogo estava prestes a entrar em período de compensação, Aboubakar aproveitou um belo passe de Herrera para fechar as contas do marcador.
O poder de fogo explica-se pelos golos
Este FC Porto é uma equipa de ataque. De golos, de poder de fogo e de ação ofensiva. É verdade que não goleou o Beleneneses, mas também é verdade que, feitas as contas, soma agora 30 golos marcados nas primeiras 11 jornadas da I Liga. Tal não acontecia... há 55 anos.
Tendo em conta que nomes como Marega, Otávio e Soares estão lesionados, o registo de golos está muito acima do normal. A prova de que este Dragão tem poder de fogo, mesmo quando está desfalcado.
Há 55 anos que o FC Porto não marcava tantos golos (30) nas primeiras 11 jornadas:2017 Sérgio Conceição (30G)1962 Jenő Kalmár (30G) pic.twitter.com/934gekDAIB
— playmakerstats (@playmaker_PT) 4 de novembro de 2017
Paciência continua sem vencer no Dragão
Desde que iniciou carreira enquanto treinador principal, Domingos Paciência visitou o Dragão por oito ocasiões. Nessas mesmas oito ocasiões, o resultado foi sempre o mesmo: a derrota. Além disso, soma ainda 20 golos sofridos contra apenas cinco marcados. O antigo jogador do FC Porto viveu muitas alegrias na cidade Invicta, mas agora vive verdadeiros pesadelos na casa do emblema azul e branco.
Dados comprovam ascendente portista
Se dúvidas existissem quanto ao domínio portista, pese embora a boa exibição da equipa do Restelo na segunda parte, a consulta dos dados estatísticos não deixa margem para dúvidas. O FC Porto procurou sempre mais o golo e esteve grande parte do tempo no comando da partida. Uma vitória justa e sem contestação, arrecadada pela formação de Sérgio Conceição.
FC Porto | vs | Belenenses |
22 | Remates | 9 |
55 | Posse de bola | 45 |
16 | Faltas | 10 |
8 | Cantos | 3 |
0/0 | Cartões amarelos/vermelhos | 1/0 |