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"Quero muito ser distinguida entre as melhores"

Deixa as adversárias desesperadas pelas suas fintas e imprevisibilidade. Brilhou no Sporting de Braga e agora rumou a Espanha. Jéssica Silva tem 22 anos e o futuro só pode ser risonho. Ambição e trabalho são as palavras de ordem desta internacional portuguesa.

"Quero muito ser distinguida entre as melhores"
Notícias ao Minuto

08:33 - 01/08/17 por Francisco Amaral Santos c/ Carlos Pereira Fernandes

Desporto Jéssica Silva

Jéssica Silva deixa as defensivas adversárias desesperadas. Os pés desta jogadora portuguesa são garantia de magia em qualquer campo e o futuro só pode ser risonho. Este verão, e depois de ter apontado 14 golos pelo Sporting de Braga na última temporada, Jéssica Silva assinou contrato com o Levante, equipa espanhola que alinha no principal escalão. 

O projeto, a ambição, o campeonato foram os fatores que levaram a extremo de 22 anos a apostar numa aventura fora de Portugal. 

Na memória está ainda a passagem pela Suécia onde alinhou pelo Linkoping. Apesar de "não ter jogado muito" e de "não ter tido oportunidades", Jéssica garante que a experiência nórdica trouxe dividendos que vão muito além do que se passa dentro das quatro linhas. Treinar ao lado das melhores e estar longe de casa e da família tornaram Jéssica numa jogadora mais completa e mais forte no que aos aspectos mentais diz respeito.

Em entrevista ao Desporto ao Minuto, a internacional portuguesa diz ter a certeza que ainda pode melhorar muito e revela ainda que quer deixar uma marca no futebol feminino em Portugal, mas que o nível competitivo será a principal razão para que o futuro aconteça longe do nosso país.

Como surgiu o convite do Levante?

O Levante já tinha entrado em contacto comigo e já me tinha abordado. Ficou na cabeça, mas eu estava no Braga. Eu sabia que eles andavam atentos a mim. Modéstia à parte, não só o Levante como outros clubes. Mas o Levante acabou por ser aquele que me suscitou mais certezas e foi por eles que eu quis assinar.

O que a levou a aceitar um convite fora de portas?

É um projeto novo e eu realmente queria sair de Portugal porque queria dar um pulo a nível competitivo. Em Portugal, apesar do crescimento, não é aquele onde eu quero estar e sabia que a Liga espanhola era uma liga onde eu poderia crescer. É um campeonato super competitivo e com muito boas jogadoras. Quero crescer e ajudar o Levante a conquistar os objetivos. Quero escrever algo de diferente no futebol e só assim, passo a passo, hei de conseguir. O Levante é um bom clube onde posso alcançar objetivos coletivos e individuais.

"Há uma pessoa antes da Suécia e uma pessoa depois da Suécia"

Para trás fica uma experiência na Suécia. Como descreve essa passagem em termos profissionais e pessoais?

Há uma pessoa antes da Suécia e uma pessoa depois da Suécia. Foi difícil para mim ter lá estado. Eu não jogava, não tinha oportunidades mas a verdade é que treinava com as melhores. Estava longe de casa, sentia-me uma menina pequena, sentia falta da minha família. Na altura, o Albergaria, que era o meu clube, estava a passar mal e eu também estava a passar um bocadinho porque não estava jogar. Na altura, quando assinei, não tinha bem a noção da grandeza do Linkoping. Mas lá está, foi uma experiência positiva nesse sentido. Ajudou-me a perceber: ‘Se queres isto Jéssica, estes serão estes os sacrifícios que terás que fazer para atingires aquilo que queres’. Foi positivo por isso, fez-me crescer como pessoa e como atleta. Neste momento sinto-me mais preparada. Aliás, totalmente preparada para estar fora e para estar a lutar pelos meus sonhos e objetivos. A verdade é que a experiência na Suécia enriqueceu-me bastante porque estava a jogar com muita daquelas que são consideradas as melhores da Europa.  

Custou estar longe de Portugal?

Custou-me um bocadinho porque não estava a jogar, e era novinha, mas fez-me crescer. Estes anos, que passei agora em Portugal, fizeram-me consolidar muitas coisas e por isso é que agora estou fora e penso que assim vai ser no futuro. O futuro passará por estar fora e acredito que posso somar conquistas, mas sinto que tenho de estar fora de Portugal numa realidade muito competitiva mais elevada.

"Quero que, um dia mais tarde, os meus filhos saibam que a mãe foi uma das melhores jogadoras que andou aí no futebol feminino"

Quais os objetivos que espera alcançar neste novo desafio?

O Levante disputa sempre o terceiro ou quarto lugar da Liga espanhola. É um bom clube, tem um bom projeto para este ano e isso foi o que me fez assinar. Quem me conhece sabe que sou uma pessoa super ambiciosa. Neste momento procuro mais para mim. Quero fazer as coisas com cabeça. Mas quero muito crescer como jogadora, quero muito desenvolver as minhas capacidades porque sei que vou conseguir dar um passo muito maior do que aqueles que tenho dado. Quero marcar a página do futebol feminino. Quero muito ser distinguida entre as melhores. Não quero apenas ser reconhecida como uma das jogadoras mais promissoras em Portugal. Não é isso. Eu procuro muito mais. Eu não costumo falar sobre aquilo que eu quero, gosto que as coisas vão acontecendo. Mas eu quero marcar a página do futebol feminino não só em Portugal mas também a nível internacional. Quero que, um dia mais tarde, os meus filhos saibam que a mãe foi uma das melhores jogadoras que andou aí no futebol feminino. Quero marcar a diferença. 

Notícias ao Minuto

Já estabeleceu uma meta de golos para esta temporada? O ano passado foram 14 ao serviço do Sp. Braga…

Claro que sim. Tenho sempre os meus objetivos individuais. Mas acabei por contrair esta lesão e sei que vou falhar as primeiras jornadas, ou talvez só mesmo a primeira, mas tenho os meus objetivos. Quero muito marcar golos. É por isso que sou extremo e que jogo numa posição avançada. Marcar golos para mim é a maior sensação que há no futebol. Tenho guardado para mim os objetivos individuais. O resto logo se verá.

Leia a primeira parte desta entrevista aqui

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