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Euro'2016: A caminhada sofrida glorificada pelo herói da luva branca

O ano de 2016 ficará para sempre marcado pela conquista inédita de Seleção Nacional. Um momento vivido e revivido das mais diversas formas. No entanto, a alegria de uma conquista sofrida e inesperada não é reproduzível de outra forma que não seja pela memória.

Euro'2016: A caminhada sofrida glorificada pelo herói da luva branca
Notícias ao Minuto

08:38 - 01/01/17 por Notícias Ao Minuto

Desporto Melhor de 2016

Quando nos lembramos de 2016, a conquista do Campeonato Europeu vem logo à tona. Com esta surgem vários episódios emblemáticos: a promessa de Fernando Santos, que afirmou que só voltava para Portugal no final da competição; a luva de Éder, que deixou os franceses em polvorosa; e as lágrimas de Ronaldo, que partilhou a sua dor com todos os portugueses.

Costuma dizer-se que o ano em que entramos será sempre melhor do que o anterior. Mas, se pensarmos em termos desportivos, talvez as coisas não sejam bem assim. E sim, estamos apenas a falar de futebol.

A conquista de um Campeonato Europeu não se resume ao sucesso de apenas os 11 jogadores que estiveram dentro de campo. Os 23 escolhidos, a equipa técnica, o staff médico, o roupeiro, a Federação e os adeptos. Todos eles fazem parte. 

Em suma, um país inteiro alcançou e festejou uma conquista inédita que tem lugar de destaque na história do futebol português.

Dos empates sofridos, à lotaria dos penáltis... até à lesão de Cristiano Ronaldo em plena finalNo final, depois de muito esforço e suor, só sobraram sorrisos. Sorrisos de felicidade e de até alguma ironia, ora não fôssemos nós a seleção, quiçá, mais criticada ao longo do Europeu em França. Mas vamos por partes. 

Fase de grupos – ‘Mãozinha’ da Islândia tornou as coisas mais fáceis, é um facto

Inseridos no Grupo F, os comandados de Fernando Santos tinham, à partida, a tarefa menos complicada desta primeira fase. Islândia, Áustria e Hungria não são países conhecidos pelo seu poderio no futebol. Mas quem pensava que eram favas contadas… ainda hoje deve estar a pensar no assunto.

A verdade é que Portugal passou o seu grupo, mas também poderia não ter passado. Não esteve assim tão longe de acontecer.

O primeiro confronto foi contra a Islândia, seleção que se tornaria na sensação da prova. Num jogo pouco conseguido pela Seleção Nacional, os islandeses surpreenderam tudo e todos, nomeadamente a equipa das quinas, arrancando um empate a uma bola. Os jogos seguintes alimentavam a fome dos portugueses em festejar depois de uma partida em falso.

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Esperava-se a redenção no jogo seguinte, mas a Áustria contou com a desinspiração de Ronaldo, que falhou uma grande penalidade já na segunda parte. Novo empate, desta vez sem golos, e Portugal já era alvo de gozo entre os restantes países.

Em condição de aflito, a última partida frente a uma Hungria destemida trouxe aquilo que tinha faltado nos jogos anteriores: golos e emoção. No entanto houve uma constante que se manteve inalterável. Sim, um empate. Desta vez com contornos mais volumosos (3-3) e com Fernando Santos a fazer as contas aos pontos de Portugal e a uma qualificação que estava mais difícil do que era esperado.

Após o apito final, a Seleção estava posicionada no segundo lugar, mas, no outro jogo do grupo, a Islândia derrotou a Áustria nos descontos e atirou-nos - sim, literalmente – para o terceiro lugar que, ao contrário do habitual, dava acesso aos oitavos-de-final da prova.

No entanto, tal contribuição impediu um reencontro com a sempre rival seleção britânica e colocou-nos na rota da Croácia, 20 anos após o último confronto.

Novas fases, o mesmo filme mas com um guardião que vale qualificações

Novo jogo, novo empate, que só foi desfeito através da cabeça de Ricardo Quaresma (sim, um jogador que estava colocado na prateleira por Paulo Bento e que foi recuperado por Fernando Santos) no prolongamento, após 90 minutos sem golos e emoção, diga-se.

No entanto, o que contam são os golos e a seleção carimbava o passaporte para uma nova fase: os quartos-de-final.

Seguiu-se a Polónia. Com uma exibição personalizada e competente, a Seleção Portuguesa entrou logo a perder aos dois minutos de jogo, mas um golo de Renato Sanches deu direito a… novo empate.

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Nas grandes penalidades, o destaque do encontro tem de ser dado a Rui Patrício, que se agigantou na defesa das redes nacionais, com uma parada ao penálti batido por Kuba. A estirada do luso foi considerada por muitos como a melhor defesa da competição. Quaresma, novamente ele, bateu a grande penalidade decisiva e assegurou a qualificação. 

Mas isto ainda não acabou? Não, longe disso

As meias-finais promoveram um duelo entre Portugal e País de Gales. A seleção de Bale, colega de Ronaldo no Real Madrid, vinha com a moral em alta depois de 'despachar' a Bélgica, uma das favoritas à conquista do Euro.

Depois de cinco jogos, finalmente uma vitória conseguida em tempo regulamentar, com Ronaldo e Nani a assinarem os tentos que davam o passaporte para a tão desejada (e impensável) final.

O melhor do Mundo lesionou-se? Não há problema. Quem tem um Éder tem tudo 

Do outro lado, estava a seleção gaulesa. Anfitriã, com um futebol perfumado que vivia da inspiração de Payet e de Griezmann. Se os portugueses achavam que já tinham sofrido muito, nem imaginavam o que por aí vinha.

Tudo a postos, grande ambiente e duas seleções com objetivos comuns que não se completavam: ganhar, ganhar e ganhar.

No entanto, o azar bateu cedo à porta de Portugal. Payet fez falta (que passou despercebida ao árbitro da partida) sobre Ronaldo e o craque português saiu do relvado lavado em lágrimas, com apenas 25 minutos jogados. Portugueses com as mãos na cabeça perante tamanha perda, lágrimas nas bancadas e atrás dos televisores, repletos de olhos atentos à espera de novidades. Lágrimas partilhadas pelo craque que havia de revelar uma 'costela' de treinador. Se havia alguma esperança, 90% dela perdeu o sentido com a lesão do melhor jogador do Mundo.

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Fernando Santos, bem ao seu estilo, demonstrou critério e racionalidade, apostando na entrada de um Quaresma que estava a realizar a sua melhor prova ao serviço da seleção.

Numa final, tudo é possível, mas o apito do árbitro passado os 90 minutos acabou como grande parte dos jogos desta seleção: empatado. No jogo jogado, os gaulseses demonstravam superioridade, mas também punham em evidência a qualidade defensiva lusa, que se ia consolidando partida após partida.

Mas afinal, e no meio desta caminhada feita de sofrimento, o que estaria a faltar? O herói improvável, pois claro. Mas e se esse herói for o mais improvável dos improváveis? O nome de Éder diz-lhe alguma coisa? Sim, ele que no início desta caminhada até disse, em jeito de brincadeira, que poderia ser o melhor marcador da prova. A esta altura será sinónimo de boas memórias, mas ainda antes da partida para França, era alvo de risos e piadas fáceis.

Pois bem, Éder Lopes entrou ainda na segunda parte e logo, pouco depois, arrancou dois amarelos à defensiva gaulesa. Mas o melhor estava guardado para o fim. Ou melhor, para o minuto 109. Bola cá e bola lá, a 'redondinha' chega aos pés de Éder que, com toda a força do mundo (ou seria só dos portugueses?), rematou colocado para o fundo da baliza à guarda de Lloris.

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Perante felicidade de uns e desespero de outros, foram os portugueses quem tomaram de assalto o território gaulês e que trouxeram de lá uma Taça que ainda não fazia parte do palmarés nacional. 

No final de tudo isto, quem acreditaria que iríamos ganhar à França, na final do Euro 2016, com Ronaldo lesionado e com Éder a marcar o golo do triunfo? Pois bem, há histórias que contadas, ninguém acredita. 

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