O defesa-central que capitaneou as 'panteras' rumo ao seu inédito título de campeão nacional em 2000/01, interrompendo a hegemonia de Benfica, FC Porto e Sporting, assumiu estar "furioso" com a descida administrativa à Liga 3 e exige o apuramento de responsabilidades entre os órgãos em funções.

"Esta situação roça a vergonha, todo este cenário é completamente irrisório. As pessoas responsáveis ocupam os lugares, mas não estão a trabalhar. Sinto uma tristeza enorme por tudo isto. Tudo tem o seu dono e é preciso confrontar quem foi responsável, quem está a exercer as funções no Boavista", criticou, em declarações à agência Lusa.

Para evitar nova queda, depois de ter sido despromovido ao segundo escalão, em maio, o Boavista necessitava da apresentação das certidões de não dívida à Autoridade Tributária e à Segurança Social até ao final da passada quarta-feira, o que não foi conseguido.

A SAD liderada por Fary Faye não teve atempadamente acesso aos fundos de Gérard Lopez, acionista maioritário da SAD, que tentou transferir 2,5 milhões de euros (ME) de modo a regularizar a situação financeira.

"Temos um investidor que não é um investidor [Gérard Lopez]. Investir pressupõe pensar no presente e no futuro, seja em que ramo for, o que aqui não acontece. Não há um plano, é um 'tapa buracos', onde há buracos tenta tapá-los com dinheiro. Tudo isto já vem do passado, temos um passivo de muitos milhões", criticou Litos.

O antigo internacional português reconhece as grandes diferenças de realidade face ao tempo em que envergou a camisola 'axadrezada', desde a sua formação até ao seu percurso no futebol sénior do clube, entre 1995 e 2001, em que totalizou 221 partidas, uma constatação que faz com "grande tristeza".

Por fim, o apoiante de Garrido Pereira, eleito presidente da direção dos 'axadrezados' em janeiro último, deixou um apelo aos sócios para que sejam críticos e continuem a envolver-se com o clube da forma que, no seu entender, os singulariza.

"O Boavista é muito mais do que um emblema, é um sentimento. Todos os clubes se fazem dos sócios que têm, mas os do Boavista são especiais. Não merecíamos ter de passar por isto, somos demasiado grandes para isso. Peço aos sócios que vejam o que aconteceu, reajam e que nunca desistam", apelou.