Nuno Espírito Santo, técnico do FC Porto, lançou a partida da sua equipa frente ao Nacional com um claro aviso à navegação. O técnico pediu um murro na mesa, mas os seus meninos deram um pontapé… na crise.

Adrián López e Corona ficaram no continente. Sinal de que havia mudanças na condução do barco. Porém, foi com o anúncio do ‘onze’ que se começou a ver terra à vista.

Pela primeira vez desde que chegou, via Madrid, ao Dragão, Diogo Jota foi opção. O fantasma de Leicester precisava de ser afastado e o jovem médio mostrou o caminho para vencer os monstros no cabo das tormentas que se avizinhava.

Um hattrick, em 45 minutos, menos, até porque só começou a marcar aos 11, bastou para que mostrasse argumentos para continuar entre a tripulação da nau. Mas vamos aos factos estatísticos do jogo.

Nunca as palavras de Vitória fizeram tanto sentido… no FC Porto

“Os grandes navegadores não são conhecidos por conduzir grandes barcos mas pelas tempestades que vão ultrapassando”. A frase pertence a Rui Vitória, mas o caminho está a fazê-lo (como o fez o Benfica) Nuno Espírito Santo.

À procura de um modelo de jogo, mas mais do que isso, de munições para que as suas armas funcionem, o técnico ‘azul e branco’ parece-se ter encontrado a pólvora que adiava a explosão.

Frente ao Nacional, a equipa por si comandada deu sempre sinais de que estava pronta para disparar à baliza adversária.

Os ‘azuis e brancos’ terminaram os primeiros 45 minutos com cinco remates à baliza adversária e 7 tentativas de golo, o que mostra bem a propensão atacante da formação portista no primeiro tempo.

Na frente de ataque, a irreverência da idade jovem ia marcando pontos. Móveis, as três unidades de ataque, formadas por André Silva, Otávio e Diogo Jota foram um quebra-cabeças, mostrando que a falta de anos nas pernas não pode ser fator de exclusão.

No computo dos 90 minutos, foi sempre a formação do continente a dominar, apesar de, a pontos, ter entregue o controlo da partida ao seu adversário, como parte da estratégia gizada pelo seu treinador.

A vencer, os ‘dragões’ preferiram esperar pelo erro adversário para ampliar o marcador, e o erro foi aparecendo. Acreditando que podia mudar o rumo dos acontecimentos, a formação insular foi procurando o ataque, mas deixando espaço atrás.

Assim, no final da partida, os portistas somavam 14 tentativas de golo, sete remates à baliza, cinco deles feitos durante os primeiros 45 minutos.

Ter a bola sim, mas sendo consequente

O FC Porto dominou no que toca a posse de bola, registando 57% contra 43%. Porém, a maior parte do tempo em que os ‘azuis e brancos’ tiveram o esférico em sua posse, fizeram-no na situação de bola segura (36%), sendo que, contudo, tiveram 21% de ataques perigosos e 43% de ataque.

Ou seja, mais do que guardar a sua baliza, que foi praticamente uma fortaleça só ameaçada pela tentativa de resposta de Salvador Agra, o emblema da cidade Invicta soube explorar terrenos mais avançados.

Por seu lado, o Nacional da Madeira foi uma sombra daquilo que podia ser. Também à procura de melhores marés, Manuel Machado tem-se debatido com ventos contrários para formar uma equipa e, frente aos portistas, mais do que frente ao Benfica (derrota dos insulares por 1-3), a equipa insular mostrou que ainda faltam encontrar ideias que funcionem e, talvez, esta paragem no campeonato tenha o condão de as fazer (definitivamente) aparecer.

Fique com as estatísticas totais recolhidas pelo Desporto ao Minuto:  

Nacional	vs	FC Porto
43	Posse de bola	57
16	Ataque perigoso	21
43	Ataque	43
42	Bola segura	36
5	Tentativas de golo	14
0	Remates à baliza	7
5	Remates fora	7
7	Cantos	7
21	Livres diretos	8
10	Pontapés de baliza	10
2/1	Cartões amarelos/vermelhos	2/0
5	Defesas	2
7	Faltas	15