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"Danny Kent? O companheiro de equipa é sempre o primeiro a abater"

Em entrevista exclusiva, Miguel Oliveira analisou a sua carreira na Moto3 e perspetivou a época de estreia na Moto2, o último 'degrau' antes da MotoGP.

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Rui Damião com Sérgio Abrantes
30/01/2016 10:15 ‧ 30/01/2016 por Rui Damião com Sérgio Abrantes

Desporto

Miguel Oliveira

Depois de uma grande época em 2015, onde conseguiu o segundo lugar na Moto3, Miguel Oliveira falou em exclusivo ao Desporto ao Minuto sobre a sua carreira na categoria e o que se avizinha para a época de 2016.

Foram cinco anos na Moto3, contando com as 125cc. Como foram estes cinco anos no geral?

Foram anos muito interessantes. Comecei a minha jornada em 2011. Foi um início bastante atribulado, acabou por ser um primeiro ano com muitas quedas e acabei por não finalizar da forma como queria, mas logo nesse ano fui o primeiro piloto na Europa a ganhar uma prova com motas a quatro tempos, a categoria que iria substituir as 125cc no mundial, a Moto3. A jornada da Moto3 foi uma jornada de aprendizagem a todos os níveis, a nível técnico, a nível de pilotagem. Digamos que foi uma uma categoria onde todos nós começámos do zero, sem experiência nenhuma, e onde a escolha da máquina acabou por ditar em grande medida os resultados desportivos de todos os pilotos.

Tive o privilégio de desenvolver a Mahindra, ter o construtor indiano a confiar nas minhas potencialidades técnicas para desenvolver uma mota. Foram dois anos de muito esforço, muito trabalho e de algum sofrimento por não ter o resultado que queríamos, mas acabou por ser um ano onde aprendi muito e isso depois refletiu-se tudo em 2015, quando tive a melhor equipa, a melhor mota, tudo à minha disposição. Foi uma temporada que foi a melhor da minha carreira. Depois, estes cinco anos, obviamente, foram muito positivos. Aprendi muito. Foram cinco anos muito giros da minha vida, passados na adolescência também. Por isso, sim, foi giro.

Sobre a última corrida da temporada passada. Como sentiste a corrida em si, como foi passar a meta em primeiro lugar e saber que, ainda assim, não tinha sido suficiente?

Se calhar foi uma das piores vitórias que tive. Soa até mal dizer desta forma, porque uma vitória nunca é má. Mas, para mim, acho que cheguei a um ponto em que acreditava que recuperar 24 pontos na última corrida era possível. Já tinha acontecido tanto até à data que um pequeno milagre acontecer não era impossível.

Fiz a minha parte, a equipa também. Tive um trabalho constante ao longo do fim-de-semana, consegui divertir-me, consegui ganhar a corrida que era o objetivo. Feitas as contas, claro que aquele momento, ao cruzar a meta, não foi o melhor, mas obviamente que me deixa muito contente saber que nunca fui rival direto do Danny Kent durante todo o campeonato, ele sempre foi seguido por outros pilotos, mas, a três provas do final, ter que começar a preocupar-se comigo foi algo inesperado, tanto da parte dele, como da minha parte. Acabou a parte final do campeonato a jogar à defesa.

É uma categoria muito particular e achamos que se calhar é mais fácil andar no limite do que andar a controlar e, se calhar, foi o erro dele. Não foi às corridas para as ganhar, mas simplesmente para controlar os danos que lhe podiam acontecer no campeonato. Acho que foi isso que o levou ao erro e me permitiu recuperar tanto.

No final do ano passado, tu e o Danny Kent tiveram uma pequena 'rivalidade'. Este ano são colegas de equipa. Já houve conversas entre os dois sobre o final do ano passado? Como é a vossa relação?

É uma relação boa. É tão evidente aquilo que se passou no ano passado que nem falámos concretamente disso. Obviamente que é estranho, mais para mim do que para ele. O Danny já conhece a equipa, já está ambientado a todas as pessoas. Para mim, o primeiro contacto foi muito mais estranho. Foram apenas dois dias de testes, estivemos ali muito pouco tempo juntos, mas, obviamente, a partir de fevereiro, quando os testes começarem outra vez, vou ter mais tempo para o conhecer. Acho que é sempre melhor se houver bom ambiente dentro da box e esse bom ambiente parte sempre dos pilotos. Por outro lado, o companheiro de equipa é sempre o primeiro rival a abater. Acaba por haver sempre algum atrito, principalmente quando tens o número um e o número dois [da Moto3] na equipa. Vai haver sempre algum atrito, mas ele é inglês, é uma pessoa de fácil trato, vai correr tudo bem, de certeza.

Entre os dois venceram 12 das 18 provas disputadas, na última época. Obviamente estão numa categoria diferente, mas é algo que abre boas perspetivas para equipa nesta nova época?

Julgo que o resultado na Moto3 não influencia muito, não vai ditar tanto o que vai ser na Moto2. É uma categoria completamente diferente. Requer outro tipo de pilotagem que nada tem a ver com o estilo de pilotagem da Moto3. Digamos que vamos ter de ser novos pilotos e aprender coisas novas. Quem aprender mais rápido e quem encontrar as boas sensações mais rápido, vai começar a andar mais veloz, um mais rápido do que o outro. Julgo que basta apenas quilómetros para conhecer a mota, não deixa de ser uma mota no final de contas e é preciso apenas alguma adaptação.

Qual é o teu objetivo pessoal para este ano? Há alguma posição em particular que gostasses de atingir?

Não delineei, nem acho que faça sentido delinear uma meta desportiva para este ano desportivo. É um ano em que vai ser tudo novo para mim. A única coisa que espero é adaptar-me bem, poder terminar todas as corridas e aprender. Aquilo que posso garantir a mim mesmo é que vou dar o máximo para fazer o melhor resultado possível a cada corrida. Se o melhor resultado possível é um quinto lugar, pois bem, temos de aceitar e tentar melhorar a partir daí. Se o resultado é a vitória, excelente, continuar a trabalhar, mas não gostaria traçar, desde início, nenhum objetivo desportivo, mas diria que se terminasse o ano nos dez primeiros era um resultado muito, muito positivo.

Daqui a quantos anos esperas estar na MotoGP?

Não sei. Gostaria de estar na MotoGP, pelo menos, daqui a um ano, dois anos, seria bom. Mas isso obviamente que vai depender dos resultados obtidos na Moto2. Não se consegue comprar um lugar numa equipa de fábrica no MotoGP com um grande patrocinador, que eu não tenho, portanto vai ter de ser mesmo pelos resultados desportivos. Vai ser chamar a atenção destas equipas e tentar entrar pela porta da frente no campeonato do mundo da MotoGP. É um sonho alcançável, é concretizável, está cada vez mais próximo. É uma questão deste passo [Moto2] ser um passo bem sucedido. É o passo em que me estou a concentrar mais e depois a MotoGP, se se vier a realizar, será excelente.

Para além da experiência, o que achas que ainda te falta para seres campeão na categoria máxima?

É difícil de dizer. Cada época tem a sua história, tem os seus contratempos. Nesta época [2015] poderia apontar duas ou três situações que teriam mudado o contexto final do campeonato. Cada época tem a sua particularidade. Eu tive a minha, por exemplo, a lesão que tive na mão. Não sei. Não é que falte nada. Algumas vezes as coisas concretizam-se, outras vezes não. O giro do desporto é que não corremos sozinhos, há mais 33 [pilotos] que querem ganhar e têm capacidade para isso. É difícil de dizer.

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