Clube Naval Infante D. Henrique comemora 100 anos de existência

Pioneiro no remo feminino em Portugal, o Clube Naval Infante D. Henrique (CNIDH) está a festejar 100 anos de uma existência que começou com barcos de recreio, cresceu até ao nível olímpico e aprendeu a financiar-se noutras modalidades.

canoa remo

© Pixabay

Lusa
16/07/2025 09:18 ‧ há 2 dias por Lusa

Desporto

Remo

Pioneiro no remo feminino em Portugal, o Clube Naval Infante D. Henrique (CNIDH) está a festejar 100 anos de uma existência que começou com barcos de recreio, cresceu até ao nível olímpico e aprendeu a financiar-se noutras modalidades.

 

O rio Douro e a freguesia de Valbom rimam com Infante quando se fala de remo em Gondomar. Fundado em 4 de julho de 1925, o clube que começou por ter também natação, polo aquático e, mais tarde, basquetebol, pesca desportiva e ténis mesa, ganhou nome no remo e é hoje uma das referências nacionais, com atletas olímpicos.

No posto náutico inaugurado em 2009 e que significou o ponto de viragem na gestão do clube, a Lusa falou com antigos e atuais dirigentes e atletas e descobriu que os primeiros barcos do Infante "não eram de competição, mas de recreio e foram comprados ao Sporting Valboense", contou Albino Oliveira.

Os primeiros anos "foram difíceis", continuou o antigo dirigente, assinalando que, embora "nunca tenha estado em risco de fechar, entre 1935 e 1950 o clube teve muito pouca atividade".

O primeiro marco histórico aconteceu com o treinador Salvador Bandeira, no final de 1967, quando foi criada a equipa feminina, aproveitando três meninas da zona de Gramido, onde hoje está instalado o posto náutico, contou Albino Silva.

"Fomos pioneiros. Nos primeiros dois anos elas tiveram de competir sozinhas, era um shell 2 com timoneiro", disse, acrescentando Vítor Sousa que, "vinham equipadas de casa" e que "eram os atletas masculinos que punham o barco delas na água".

Albino Silva voltou à conversa para contar a história de "José Monteiro, ou Zé da Micha, atleta do Fluvial Portuense e ativista do PCP e que um dia, na primeira metade dos anos 60, foi preso por estar a distribuir propaganda, sofreu a tortura do sono, sendo que três dirigentes do clube intercederam junto da PIDE para que fosse libertado".

"Mais tarde contaram-me que ele não continuou no Fluvial porque se assim fosse a PIDE não lhes largava a porta, acabando, dessa forma, por vir remar para o Infante", lembrou.

E continuando a falar de ganhos no tempo do Estado Novo, Albino Silva e Albino Oliveira recordaram que na segunda metade dos anos 60 alugava-se o barco por 7,5 escudos (0,03 euros) para passear uma tarde no rio Douro e, assim gerar receita para o clube, num tempo, acrescentou Vítor Sousa, em que ser diretor no Infante implicava "ter de pôr dinheiro".

"Antigamente não havia atrelados para levar os barcos para as competições. A solução era angariar 50 pessoas num autocarro e os barcos iam montados em cima. Se a viagem custasse 30 escudos (0,14 euros) por cabeça, as pessoas pagavam 40 escudos (0,19 euros). Depois havia sítios onde o autocarro, com os barcos em cima, não passava. Tinha-se de parar, tirar os barcos e colocá-los no chão, para a viatura poder passar e depois voltar a montar tudo", contou.

Quarenta anos após ser projetado, a inauguração do posto náutico, em 2009, significou outro marco na história do clube, ainda que as "despesas tenham aumentado 100 vezes", contou Albino Oliveira.

Local de trabalho diário para 150 atletas, foi dimensionado para albergar 300 e acolher 120 embarcações, possuindo um centro de estágio, um restaurante e um apartamento, contou Vítor Sousa antes de revelar que a maior fonte de receita não são os clubes do norte da Europa que durante o inverno ocupam as instalações para treinar no rio Douro.

"O maior cliente deste centro de estágio é o Benfica, que em todas as modalidades amadoras, quando vem ao Norte, nos últimos quatro anos, fica sempre aqui", revelou.

Para o fim, Vítor Sousa deixou outra história de engenho e sobrevivência do Infante, passada nos anos 70, quando a necessidade de ter "uma lancha para os treinadores acompanharem o treino dos atletas" os levou a convencer a Junta de Freguesia de Valbom a comprar um barco salva-vidas para os bombeiros, que ficou alojada no hangar do Infante, ficando este com a obrigação de o pôr na água sempre que necessário.

"Como sempre que havia treino era considerado que os atletas estavam em risco de afogamento, a lancha passou a estar permanentemente na água", concluiu.

Leia Também: Federação de canoagem quer financiamento a acompanhar os bons resultados

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