Abel Ferreira deixou, na noite de sábado, um recado aos críticos, garantindo olhar para as críticas como "gasolina" e lembrando que muitos falam sem serem "especialistas", dando o exemplo da aliança de casamento que traz na sua mão esquerda. Em conferência de imprensa, de rescaldo ao triunfo do Palmeiras frente ao Botofogo (1-0), que valeu o acesso aos quartos de final do Mundial de Clubes, o treinador português garantiu ainda sentir-se bem no clube brasileiro.
"Não reconheço competência para... Ouço, vejo e dá-me energia. Eu preciso dessa gasolina para despertar o espírito competitivo. Eu também tenho um treinador em casa, que é feminina. E ainda bem que há muitos treinadores. O futebol precisa disso. Eu tenho aqui um anel, de quando me casei, que é de ouro e fininho. Mas se eu quiser saber quanto vale eu tenho de ir ao especialista. Não vou à feira saber quanto vale. Um especialista vai pesar, sabe quanto quilates tem e aí eu ouço. Treinadores e especialistas de futebol eu ouço. Opiniões são só opiniões, e está tudo certo nisso. E ainda bem que há muitas. Algumas gosto de ouvir porque me alimentam como competidor. Sabe quando dizem que não presta para nada e que acabou o ciclo dele? Isso me dá uma vontade de trabalhar mais. O que fizemos deveria ser mais valorizado. Este treinador valoriza ou pode valorizar o futebol brasileiro. Às vezes penso: 'Vale a pena continuar?'", começou por questionar Abel Ferreira, prosseguindo com a reflexão.
"Vale a pena? Pelo Palmeiras, sim. Pelas pessoas com quem trabalho, sim. Pela minha família, sim. Pelo resto, coloco muitas dúvidas se vale a pena continuar. O que vivo aqui, eu não encontro em lado nenhum. Isso eu tenho a certeza absoluta. Joguei em poucos clubes, mas este é um clube que cuida, protege e ajuda a crescer. É uma sorte ter uma presidente como a Leila. É por isso que gosto tanto do Palmeiras e dos adeptos, que são únicos e que não vou encontrar em lado nenhum. Enquanto estiver aqui, vou desfrutar ao máximo. Clubes como o Palmeiras há poucos nos dias de hoje", rematou o treinador português.
Segue-se o Chelsea nos 'quartos'
Depois de afastar o Botafogo, do compatriota Renato Paiva, o próximo desafio de Abel Ferreira no Mundial de Clubes acontece na madrugada de sábado, frente ao Chelsea, clube inglês que também foi a jogo ontem, sábado, e que eliminou o Benfica, após prolongamento, e num jogo que durou quase cinco horas depois de ter sido suspenso por conta do mau tempo que se viveu em Charlote.
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