Thomas Zilliacus, antigo diretor da empresa multinacional de comunicações Nokia e uma das mais ricas pessoas da Finlândia, concedeu, este domingo, uma extensa entrevista ao jornal britânico Mirror, na qual assumiu estar a preparar uma nova proposta para entrar no capital social do Manchester United.
O empresário esteve envolvido na 'corrida' de 2023, quando Sir Jim Ratcliffe acabou por ser o homem escolhido para comprar 25% das ações dos red devils, a troco de uma verba na ordem dos 1,4 mil milhões de euros. Ainda assim, recusa 'atirar a toalha ao chão', e vai mesmo voltar à carga, numa altura em que o clube está mergulhado numa crise de resultados desportivos.
Ainda assim, o próprio recusa apontar o treinador português Ruben Amorim como o principal culpado pela atual situação: "Não tem sido um sucesso estrondoso, sob as ordens de Sir Jim Ratcliffe. Não me parece que alguém pudesse dizer que o está a ser. Por isso, não tenho críticas a apontar-lhe".
"Tenho a certeza de que ele [Ruben Amorim] tem feito o melhor que pode, mas, infelizmente, na minha opinião, houve algumas más escolhas no que diz respeito aos jogadores. O novo treinador... Talvez seja um pouco cedo para dizer se será capaz de dar a volta ao navio", começou por afirmar.
"Não tem, claro está, apenas a ver com o treinador, mas o plantel que ele tem ao dispor... Muito dinheiro foi vertido sobre o clube, e ainda não vimos os resultados. Penso que isso também nos faz recordar de outra coisa muito importante, de que isto é uma equipa", acrescentou.
"Um bom exemplo é Neymar"
Para Thomas Zilliacus, "o futebol é um jogo bastante simples", pelo que o mais importante é montar um plantel equilibrado, e não assente em 'superestrelas', ao contrário do que tem sido a lógica, em Old Trafford: "Tem a ver com marcar mais golos do que aqueles que sofres. Tens de ter um bom ataque, tens de ter uma boa defesa e, no meio, tens de ter um bom meio-campo".
"Penso que, sinceramente, iria olhar para todas as partes da equipa. Ainda que haja alguns jogadores muito bons, há sempre margem para melhorar, mas não tem a ver com comprar as maiores estrelas que há por aí. Um bom exemplo, ainda que já esteja numa fase descendente, é Neymar. Mesmo no pico, eu nunca teria contratado um jogador como Neymar para o Manchester United, porque é aquele jogador que espera que toda a gente jogue para ele", refletiu.
"Eu construiria um clube baseado, sobretudo, na juventude, em jogadores fortes, que já provaram que são de uma classe de topo, mas que ainda têm ambição para demonstrar aquilo que valem, para chegarem ainda mais longe. Isso deveria ser a espinha dorsal da equipa. Depois, podes ter uns poucos tipos experientes por lá. Penso que é sempre bom ter um misto, porque os tipos mais maduros, mais experientes, também sabem como agir, quando as coisas não correm bem", acrescentou o milionário finlandês.
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