Rui Borges concedeu uma entrevista ao jornal Sporting, publicado esta quinta-feira, em que passou a 'pente fino' o seu percurso no Sporting, iniciado sensivelmente a meio da temporada, coroado com a conquista do bicampeonato. Da estreia na Liga dos Campeões ao agradecimento a Frederico Varandas e ainda ao lema "Quando faltar a inspiração, que não falte a atitude", o técnico ex-Vitória SC detalhou as sensações sentidas com a chegada ao topo do futebol nacional.
"Foram muitos meses, muitas semanas e muitos dias de ansiedade e stress que levam a um cansaço enorme. O dever foi cumprido e a felicidade é indescritível. A festa, o Marquês… Estamos no trajeto e queremos que o dia não acabe. Toda a gente devia viver aquilo uma vez na vida. Tenho muitos vídeos e fotografias a sorrir o dia todo. Há que desfrutar do momento, mas a partir de agora o nosso foco está na final da Taça de Portugal", começou por dizer.
"Agradeço ao presidente [Frederico Varandas]. No primeiro abraço que lhe dei depois do jogo agradeci pela confiança e por acreditar numa equipa técnica que não tinha um passado tão glorioso quanto isso. Era mais trabalho do que outra coisa, porque não tínhamos troféus nenhuns. Desde o primeiro segundo que senti que gostou muito de mim enquanto pessoa e só posso agradecer. Jamais vou esquecer a oportunidade que me deu e a coragem de apostar em nós", vincou de seguida.
"Trago desde sempre, até porque, se calhar, eu era um jogador com mais inspiração do que atitude e faltava-me mais intensidade sem bola. (Esse lema) cresceu comigo desde o primeiro dia desde que sou treinador. O futebol está muito diferente e está cada vez mais intenso e competitivo. Se a atitude não estiver lá, a qualidade técnica não vai chegar. Os jogadores e treinadores têm de se adaptar a isso. Juntando a atitude à qualidade, vamos ser melhores e fomos bicampeões. Umas vezes mais com inspiração e outras com atitude porque somos melhores. Será sempre o nosso lema porque faz toda a diferença", atirou ainda Rui Borges.
"Liga dos Campeões? Foi um sonho de menino. Por isso é que digo que sou o Rui Borges de Mirandela e que se deixasse de ser treinador de futebol amanhã era a pessoa mais feliz do mundo. Não é o dinheiro que nos move, ainda que dê outro bem-estar na vida, mas sim a paixão pelo futebol. Tenho recebido milhares de mensagens e houve alguém que me disse que o futebol são as memórias que deixamos nas pessoas. As memórias que vou deixar na minha família são o melhor que existe na vida. (…) Toda a gente se vai lembrar do rapaz de Mirandela que foi Bicampeão no Sporting, onde já passaram grandes treinadores mundiais que não ganharam. A sorte dá muito trabalho e tivemos a competência de criar memórias nas pessoas", completou.
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