O dérbi eterno entre o Benfica e o Sporting, este sábado, terminou num empate (1-1) com sabor a vitória para os leões, que estiveram perto de selar o bicampeonato no reduto do vizinho da 2.ª circular. Valeu às águias a jogada espetacular de Pavlidis, evitando (mais) uma tragédia no Estádio da Luz a envolver os rivais (FC Porto já celebrou por duas vezes naquele local).
Com mais de 60 mil benfiquistas nas bancadas, o leão deu um forte rugido para silenciar o recinto. Aos 4', Trincão deu resposta ao cruzamento de Gyokeres, que contou com três jogadores na sua marcação.
Na segunda parte, Pavlidis foi o nome maior da reação encarnada. O goleador-mor da equipa vestiu a pele de assistente, aos 63', para Akturkoglu. Pouco depois, aos 76', o avançado grego teve no pé direito a oportunidade de ser o herói da partida, mas o remate, com o pé direito, foi devolvido pelo poste.
Desta forma, o título nacional será decidido na 34.ª ronda. O Sporting recebe o Vitória SC, ao passo que o Benfica desloca-se ao reduto do Sp. Braga. Os encarnados têm de fazer um resultado melhor do que os leões. A vitória do clube de Alvalade carimba algo que já não conquista há 70 anos, numa época marcada pela saída do técnico Amorim, pelo despedimento de João Pereira e pelas inúmeras lesões, que assolaram o plantel.
Vamos então as notas da partida
Figura
Pavlidis respondeu à altura do desafio. O avançado grego, de 26 anos, foi sempre alguém que deu esperanças aos adeptos encarnados, que, certamente, deliraram com aquilo que fez aos 63'. Beneficiou das escorregadelas fatais de Diomande e Quaresma no caminho para a área, revelando discernimento para assistir um companheiro à boca da baliza. Teve ainda uma bola no poste, que poderá ser o lance desta liga.
Surpresa
Diomande foi a peça fulcral da zona defensiva do Sporting. Muitas vezes criticado pelo temperamento excessivo, que já prejudicou a equipa, o defesa-central costa-marfinense, de 21 anos, foi sinónimo da tranquilidade no relvado do Estádio da Luz. Foi decisivo no controlo dos espaços, imponente nos duelos e com grande capacidade no jogo aéreo.
Desilusão
Muita era a expetativa na exibição de Angel Di María. O extremo argentino, de 37 anos, tido como o grande trunfo do Benfica nos jogos 'grandes' ficou muito aquém do esperado. A primeira parte foi sofrível, apesar dos seus dois remates perigosos. No entanto, o jogo pedia frescura de pernas e não foi surpresa que Bruno Lage optasse por colocar Andreas Schjelderup no seu lugar no início da segunda parte.
Os treinadores
Qualquer que fosse a estratégia montada por Bruno Lage, essa acabou por ser modificada aos quatro minutos da partida com o golo de Trincão. Em desvantagem, a equipa sentiu-se desconfortável, entregue aos lances individuais de Di María. Na segunda parte, o técnico teve coragem de substituir o campeão do Mundo e o coletivo benfiquista ganhou maior dinâmica. No assalto final da partida, apostou em dois avançados no ataque, algo que poderia ter funcionado caso a bola de Pavlidis não fosse devolvida pelo poste.
Rui Borges apresentou uma equipa com personalidade, sem receios do fantástico fervor dos adeptos benfiquistas nas bancadas. Conseguiu enervar a equipa encarnada através de uma postura adulta, baixando, muitas vezes, o ritmo do jogo. Contudo, as segundas partes continuam a revelar algo habitual neste Sporting: o bloco demasiado baixo e a incapacidade de segurar as vantagens. Ainda assim, está a 90 minutos de (mais) um título nacional.
Árbitro
João Pinheiro demonstrou o grande pecado da arbitragem portuguesa: a incapacidade de deixar o jogo fluir, ao assinalar demasiadas faltas, muitas vezes enervando os jogadores e quem assiste o jogo. Nos lances polémicos nas áreas, fica a dúvida, sendo que este seguiu as indicações do VAR.
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