Ao empatarem em casa com o AEK Larnaca (1-1), segundo colocado, em jogo da 10.ª e derradeira jornada do play-off de apuramento de campeão, os 'canarinhos' asseguraram com sofrimento o primeiro título arrebatado desde 2018/19, sucedendo ao Aris Limassol.
APOEL e AEK Larnaca terminaram a prova com os mesmos 73 pontos, mas a equipa de Sá Pinto, que tem o avançado luso Tomané no plantel, impôs-se pelo confronto direto e passou a somar 29 cetros, oito acima do Omonia, segundo clube mais titulado do Chipre.
O ex-avançado internacional português, de 51 anos, logrou o primeiro título de campeão nacional em mais de uma década nos bancos e replicou os feitos rubricados no comando do emblema de Nicósia por Paulo Sérgio (2013/14), atual técnico do Portimonense, da I Liga portuguesa, Domingos Paciência (2015/16) ou Bruno Baltazar (2017/18 e 2018/19).
Ricardo Sá Pinto chegou esta época ao APOEL, 14.º clube por si orientado, num total de 10 países, e atinge agora o quinto troféu, após um campeonato nacional de juniores pelo Sporting (2011/12), uma Taça da Bélgica pelo Standard Liège (2017/18), uma Supertaça do Irão através do Esteghlal (2022) e uma Taça da Liga no Sporting de Braga (2019/20).
O ex-futebolista, treinador e diretor desportivo do Sporting entrou para a lista de técnicos lusos com títulos de campeão nacional alcançados no estrangeiro, num dia em que Jorge Jesus venceu pela primeira vez a Liga saudita, ao levar o recordista Al-Hilal ao 19.º título, selando um 'tetra' luso iniciado por José Morais, Leonardo Jardim e Nuno Espírito Santo.
No continente europeu, e além de Portugal e do Chipre, já houve êxito com mão nacional em 12 países, tais como Bulgária, Grécia, Israel, Luxemburgo, Roménia, Rússia, Suíça e Ucrânia, faltando a Alemanha para fechar essa senda nos cinco principais campeonatos.
O principal protagonista desse cenário é José Mourinho, que ainda é o único a vencer em Espanha, pelo Real Madrid (2011/12), em Inglaterra, onde foi tricampeão com o Chelsea (2004/05, 2005/06 e 2014/15), e em Itália, 'bisando' pelo Inter Milão (2008/09 e 2009/10).
O setubalense, que atualmente está sem clube, nunca trabalhou em Alemanha e França, cuja Liga já elevou Artur Jorge, com a segunda de 12 conquistas do Paris Saint-Germain, em 1993/94, e Leonardo Jardim, autor do oitavo e último troféu do Mónaco, em 2016/17.
Ao todo, os treinadores portugueses lusos já prevaleceram nos escalões principais de 38 nações dos quatro cantos do mundo, com destaque para os 39 êxitos em nove países de África, onde Moçambique tem dominado, num total de 11 conquistas, uma sobre o Egito.
Nesse continente, distinguiram-se Manuel José, com seis cetros egípcios pelo Al-Ahly, e Bernardino Pedroto, com três no ASA e dois no Petro Luanda, todos em Angola, à parte das conquistas em Cabo Verde, Líbia, Marrocos, Sudão, Tunísia ou Argélia, onde Carlos Gomes foi o primeiro lusitano a ser campeão no estrangeiro, em 1970/71, pelo MC Oran.
Segue-se a Ásia, com vitórias dispersas por Arábia Saudita, China, Coreia do Sul, Hong Kong, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Macau, Malásia, Maldivas, Qatar e Vietname, sobressaindo os três títulos de Bernardo Tavares, com PSM Makassar, Benfica Macau e New Radiant, e de José Morais, que celebrou pelo Al-Hilal e 'bisou' ao leme do Jeonbuk.
Mais recente é a marca portuguesa na América do Sul, que começou a ser construída há cinco anos por Jorge Jesus no Brasil, onde Abel Ferreira venceu a dobrar pelo Palmeiras (2022 e 2023), havendo igualmente contributos de Renato Paiva pelo Independiente del Valle (2021), do Equador, ou Ricardo Formosinho pelo The Strongest (2023), da Bolívia.
Se não há qualquer êxito na Oceânia, o historial na América do Norte resume-se ao 'bis' de Guilherme Farinha na Costa Rica, em representação do Alajuelense, em 1999/00 e 2000/01, e ao triunfo de Pedro Caixinha no México, com o Santos Laguna, em 2014/15
Leia Também: Sá Pinto festeja no Chipre. Português vence 1.º campeonato da carreira