"Ainda é cedo para as contas finais. Acredito que a nossa comitiva vai representar mais disciplinas e modalidades", disse João Paulo Correia, que vai deixar o cargo na próxima semana, em declarações à margem da Taça da Europa de Quarteira de triatlo.
O secretário de Estado salientou que falar no número de apurados neste momento é "especulativo" e que é preciso "aguardar pelas contas finais, pelo número de atletas que integrarão a comitiva, pela sua média de idades e pelas modalidades e disciplinas que representam".
"Ainda há modalidades com peso na nossa comitiva, como o atletismo, que só vão fechar contas muito perto" de Paris2024, recordou João Paulo Correia, confiando num "cenário mais otimista" para a participação portuguesa, não só nos Jogos Olímpicos, como também nos Jogos Paralímpicos.
O chefe da Missão portuguesa aos Jogos Olímpicos, Marco Alves, reconheceu esta semana a existência de "um revés face às últimas edições" no número de atletas lusos esperados em Paris2024, mas garantiu que as expectativas quanto aos eventos de medalha se mantêm.
"Quando iniciámos este processo de qualificação para os Jogos de Paris, tínhamos duas modalidades coletivas que efetivamente nos apresentavam algumas garantias de poder qualificar. O futebol, no verão do ano passado, não confirmou essa qualificação e, recentemente [no domingo], o andebol também não garantiu a qualificação. E, efetivamente em termos de números, é um revés face às últimas edições", concedeu.
Em declarações à margem de uma sessão para jornalistas acreditados para os Jogos Olímpicos Paris2024, realizada na sede do Comité Olímpico de Portugal (COP), Marco Alves notou que a Missão portuguesa teve, quer no Rio2016, quer em Tóquio2020, "mais de 90 atletas a competir nos Jogos e eventualmente esse número não será atingido agora em Paris".
Hoje, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto frisou à Lusa que o eventual crescimento em disciplinas e modalidades em Paris é importante "para a afirmação do desporto português" e também "o reflexo de uma jovem geração que está a despontar em muitas modalidades", algumas delas sem tradição de pódios internacionais em Portugal.
João Paulo Correia disse acreditar que Portugal sairá de Paris2024 "com medalhas", pedindo que o balanço final não se reporte apenas a lugares nos pódios.
"Não olhemos só para as medalhas, olhemos para as finais, para os atletas que chegarão às finais, a sua idade, aquilo que projetam também para o futuro, a sua diversidade em termos de modalidades e disciplinas e, aí sim, será altura de fazer o balanço", apontou.
O secretário de Estado lembrou que "o segredo desta jovem geração que está a despontar em diversas modalidades" tem sido as unidades de apoio ao alto rendimento na escola (UAARE), criadas em 2016, que lhes permite conciliar o alto rendimento desportivo com a sua carreira académica.
As UAARE são hoje 25 em todo o país, apoiando cerca de 1.300 estudantes-atletas, de 55 modalidades, que frequentam os ensinos básico e secundário. Os jovens podem faltar às aulas, ou ter aulas à distância, e adiar os seus testes, para participar em provas e estágios.
Este projeto será alargado ao ensino superior, foi revelado esta semana, num protocolo que abrange as universidades de Aveiro, Coimbra, Minho e Porto e os institutos politécnicos de Leiria e Santarém.
"Este é um programa altamente inovador, único na Europa e que tem feito a diferença no desporto português nos últimos anos", concluiu João Paulo Correia.
Os Jogos Olímpicos decorrem entre 26 de julho e 11 de agosto e, neste momento, Portugal tem já 40 atletas apurados em 11 modalidades.
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