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"Os avançados do Benfica não eram tão maus antes, nem são estrelas agora"

Em entrevista exclusiva concedida ao Desporto ao Minuto, António Simões analisou a recente prestação dos avançados do Benfica, sublinhando que a equipa melhorou o nível ofensivo nos últimos encontros. Ainda assim, considera que não se pode embandeirar em arco com esta subida de produção dos dianteiros.

"Os avançados do Benfica não eram tão maus antes, nem são estrelas agora"
Notícias ao Minuto

07:32 - 31/01/24 por Notícias ao Minuto

Desporto Exclusivo

O ano de 2024 trouxe consigo uma mudança no Benfica que parece agora estar a recolher frutos. Depois de meia época quase em 'seca', os avançados do clube da Luz começaram a fazer o que melhor sabem e para o qual foram contratados: marcar golos.

O facto de Rafa ser o melhor marcador da equipa esta temporada é a prova deste desencontro com os golos dos homens mais adiantados dos encarnados. Além disso, Petar Musa, que está de saída para o FC Dallas, é apenas o quarto goleador do Benfica... com seis golos em todas as competições.

Mas, como já referido, este início de novo ano tem mostrado que os avançados à disposição de Roger Schmidt parecem, agora, mais propensos a ser o chamado 'abono' de família do Benfica. Com um nome mais fixo na frente de ataque, a máquina goleadora das águias parece estar de volta.

Depois da saída de Gonçalo Ramos para o Paris Saint-Germain na época passada, o Benfica esteve quase 'órfão' dos seus avançados, algo que parece ter mudado. Arthur Cabral está mais entrosado com a equipa e já vai em dois golos este ano. O recém-contratado Marcos Leonardo também está a ser aposta ganha e já leva três golos desde que chegou o Santos. A estes falta acrescentar Tengstedt, que estava em boa forma antes de se lesionar.

Por forma a analisar esta subida de rendimento dos avançados do Benfica, o Desporto ao Minuto esteve à conversa com António Simões, antiga glória dos encarnados. O ex-jogador considera positiva esta melhoria de forma dos dianteiros, sustentando que, agora, Roger Schmidt não poderá estar constantemente a mudar a dinâmica da equipa.

"Isto não é uma questão de sorte ou azar. Parece fácil fazer golo, mas é algo difícil. Está lá uma coisa com 7,15 metros [baliza] e um guarda-redes. São raros os que têm a arte de se tornarem goleadores. Mas os avançados do Benfica não eram tão maus anteriormente nem passaram a ser estrelas agora. Os jogadores acabaram de chegar, é preciso tempo para se adaptarem ao esquema do treinador. Parece agora que o Benfica consegue fazer golos e que o índice de aproveitamento, tendo em conta o número de oportunidades, aumentou. E isso é muito bom. Às vezes a equipa joga bem e não faz golo e cansa-se de jogar bem. Mas os golos são sempre o tónico para se jogar melhor, ou manter o nível de exibição que não se traduz nos golos. E é muito difícil os golos começarem a aparecer", começou por dizer.

Confrontado com a maior produção ofensiva dos rivais, nomeadamente o Sporting, quando comparada com a do Benfica, António Simões sublinhou que o mais importante é ganhar, seja com uma margem de um golo de diferença ou oito.

"Mais importante que tudo é ganhar, não interessa que seja por uma diferença de um ou de oito golos. O que conta são os golos suficientes para ganhar. Outra coisa é que o Benfica não deve olhar para os outros e deve preocupar-se em aumentar os níveis de finalização para a desenvoltura do jogo que consegue. A preocupação era o Benfica marcar três golos e perder. Não estou preocupado com os adversários marcarem muitos golos e o Benfica não. Estou é preocupado com a equipa ser equilibrada no rendimento, ser uniforme no grau elevado de bem jogar", prosseguiu.

Depois de uma temporada em que o melhor marcador da equipa foi Gonçalo Ramos com 27 remates certeiros, eis que, até agora, o goleador da equipa é Rafa Silva. António Simões não se mostrou preocupado com este dado.

"Há algumas diferenças do ano passado para este ano. Levou algum tempo para que o Benfica contratasse um avançado de referência e esse homem parece-me ser muito mais o Arthur Cabral do que o Marcos Leonardo. O Rafa é um jogador solto, que anda sempre muito perto da área e aparece nas zonas de finalização. O que me parece é que ele deve melhorar o toque final. Ele melhorou nesse rendimento de finalização, mas pode fazer ainda mais golos. Não tem de substituir o Gonçalo Ramos. O facto de ele aparecer muito em zonas de finalização talvez seja a justificação para que seja o melhor marcador da equipa", vincou, ressalvando a importância de, agora, a equipa ter uma uma referência ofensiva mais visível quando comparado com o que aconteceu no início da temporada.

"Há mais de 50 anos que é tradição o Benfica jogar com o chamado número 9 a jogar na frente. O Benfica tem sempre de jogar com um homem de referência. Teve um tempo de ausência e isso deu prejuízo à equipa. Agora, parece que encontrou exatamente o homem que joga mais na frente. Por causa da dinâmica do jogo do Benfica, é importante que se tenha um homem de referência e essa presença começa a ser visível. É como se a tradição estivesse de volta. Agora, é manter isso e nada alterar. É preciso também que todos percebam que aquele é o modelo de jogo que o treinador quer, com o ponto de referência. E todos os jogadores atrás dessa número 9 têm de criar uma dinâmica que provoque que esse jogador que joga na frente possa fazer golos", sustentou.

"Há que olhar e ver as necessidades da equipa. Os responsáveis pelo futebol do Benfica devem ter visto que faltava essa referência, que tivesse essa qualidade de ser ponta de lança e todas as funções associadas. É certo que levou algum tempo, mas parece estar encontrado. Mesmo sem esse ponto de referência, conseguiu não se afastar muito do Sporting. Agora parece estar a melhorar e a marcar golos e a confirmar que é um concorrente de grande competência para conseguir o título. O tempo é que vai dizer se tudo o que estamos a ver se vai manter ou não e se a dinâmica da equipa continua. Antes tivemos alguma desconfiança, mas agora não podemos passar para a euforia. Não é 8 e 80", acrescentou.

António Simões destacou ainda que esta tardia definição de um homem de referência no ataque deixou o Benfica algo perdido em algumas partidas.

"Depois de uma ausência do tal homem de referência, já encontrado entretanto, a equipa teve de criar novas dinâmicas com esse mesmo jogador e isso demora tempo. O Benfica parecia o ômega, nem atrasava e nem adiantava. Mas livrou-se dessa fase e já se viu isso. Agora encontrou o caminho e não alterar de maneira nenhuma aquilo que foi encontrado. Levou trabalho a ser encontrado e se agora isso não se respeita, vai fazer marcha-a trás. Neste momento, está consolidado e a dinâmica da equipa é diferente", finalizou.

Leia Também: Arthur Cabral é a nova 'Musa' de Schmidt. As notas do Estrela-Benfica

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