Mark González viveu a sua carreira de futebolista com a mesma velocidade com que enfrentava os adversários em campo. Daí o apelido de 'Speedy Gonzalez'.
Mas a vida do avançado chileno nem sempre foi mar de rosas. Em duas ocasiões, esteve à beira da morte, mas nunca desistiu, como frisou ao diário Relevo. Pelo contrário. Universidad Católica, Albacete, Real Sociedad, Liverpool de novo, Betis, CSKA Moscovo, Universidad Católica, Sport Recife, Colo Colo e Magallanes foram as equipas em que deixou a sua marca.
"Sempre fui um jogador rápido, pelo que qualquer queda me afetava duas ou três vezes mais do que qualquer outra pessoa.O tipo de musculatura que eu tinha era a de um velocista, não a de um jogador mais robusto. Era uma musculatura fina. Qualquer pancada que eu levasse era três vezes mais forte. Além disso, em algumas ocasiões, fui submetido a cirurgias que quase me puseram em perigo de vida, ou perdi a perna, e noutras, fiquei de fora durante muito tempo. Todas as lesões exigiram cirurgia. Também perdi muito tempo por causa disso", começou por revelar Mark González, antes de contar o terrível episódio que sucedeu enquanto estava na Rússia.
"Não faço ideia como é que isso aconteceu, mas cheguei a ter uma 'bola de futebol' dentro da minha perna. Aquilo continuava a inchar e a minha pele já não aguentava mais. O músculo continuava a crescer e, literalmente, a minha perna ia explodir. Cheguei à clínica mesmo a tempo. Estava a desmaiar com as dores. Tiveram de me operar com urgência, fazendo um corte de 30 centímetros na minha perna e, quando o fizeram, o músculo estava a sair da minha perna para libertar toda a pressão. Passei duas semanas com a ferida aberta, à espera que o músculo esvaziasse e voltasse para dentro da perna para a poder fechar. Nessa altura, cheguei mesmo a tempo, o músculo estava a ficar preto. Havia duas opções: ou morria de trombose ou cortavam-me a perna. Nesse sentido, tive muita sorte", acrescentou, antes de detalhar o enfarte que sofreu antes do estalar da pandemia.
"Começou a doer-me o peito. Já me tinha acontecido em ocasiões anteriores, mas não se agravou. Fui a um cardiologista e excluíram a hipótese de problemas cardíacos. Mais tarde mandaram-me fazer uma endoscopia porque podia ser um espasmo no esófago, mas também não« era. O tempo foi passando e não voltei a notar nada, mas houve um momento em que me começou a doer o peito e a dor não parava. Fui à clínica e, quando fizeram os exames, disseram-me que estava a ter um ataque cardíaco e que podia ter uma paragem a qualquer momento, e isto às cinco da manhã. Eu não acreditei. Tinha ido tomar um comprimido porque tinha de deixar as crianças na escola. Fui hospitalizado durante dois dias e se me perguntarem porque é que isso me aconteceu, não faço ideia. Não fazia a mínima ideia. Disseram-me que era um vírus. Às vezes sinto essas dores. Voltei a fazer análises e excluíram a hipótese de ser um problema cardíaco. Continuo a viver a minha vida normalmente. Quando isso me aconteceu, não fiz nada durante seis meses, só fui passear. Foi um episódio muito estranho", rematou.
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