Afonso Jesus já é, aos 25 anos, um dos valores seguros do Benfica e da seleção nacional de futsal. Parte para a oitava temporada em representação das águias, depois de ter passado na formação do ‘rival’ Sporting e, antes disso, nos Maristas de Lisboa. Em entrevista ao Desporto ao Minuto, o futsalista luso fez uma antevisão desta época e falou sobre a ligação sentimental ao Benfica. Algo que nunca retraiu, mesmo quando jogava pelo Sporting.
O campeonato iniciou-se no passado sábado para o Benfica, na receção ao Elétrico FC, depois de uma vitória moralizadora na Supertaça. A equipa de Mário Silva esteve atrás no resultado e conseguiu ganhar nos últimos segundos do prolongamento. “Teve um sabor muito especial. Estávamos há um mês e uma semana a trabalhar, não só com vista a preparação de uma época, mas, acima de tudo, de olhos postos no primeiro objetivo da mesma, a Supertaça. Entrámos no jogo a perder, por 3-0, e todos sabemos o quão difícil isso se torna quando jogamos com um adversário como o Sporting. Foi uma prova gigante àquilo que somos e à equipa que queremos ser este ano, demos as mãos e em nenhum momento desacreditámos que éramos capazes. O resultado está à vista de todos. Foi uma vitória incrível de uma equipa soberba”, afirma Afonso Jesus.
Têm sido anos difíceis para nós
Esta vitória inicial dá boas indicações ao Benfica para o ataque ao campeonato, um título que tem escapado às hostes encarnadas há três anos, justamente, para os rivais da Segunda Circular. “Têm sido anos difíceis para nós, trabalhamos muito e, muitas vezes, os títulos não aparecem, a verdade é que o trabalho tem sido bem feito e acreditamos muito no futuro. No último ano, as coisas já começaram a ser diferentes, conquistámos os três títulos referentes à época que passou, e o futuro será certamente risonho se nos mantivermos unidos e muito focados naquilo que temos que fazer”, garante Afonso Jesus, que conta com um campeonato ganho pelo Benfica, em 2018/19, e outro pelo Sporting, em 2015/16.
O plantel não teve grandes alterações face à última época, sem reforços para a equipa principal e apenas com a saída de Rômulo a destacar-se. “Acreditamos muito naquilo que está a ser feito e, acima disso, sentimos que o Benfica acredita muito em nós, naquilo que podemos fazer. Temos um plantel muito homogéneo, com muitíssima qualidade e que estará preparado para competir em todas as competições para vencer”, na opinião de Jesus.
Afonso já disse, publicamente, que gostava de ser, um dia, presidente do Benfica. À semelhança do atual presidente, podia juntar a experiência de desportista com a dirigente. “É um sonho de criança, nunca escondi de ninguém. O Benfica é o meu clube de coração e hoje sou um felizardo por poder jogar no meu clube de coração. Mas é um sonho para mais à frente. Hoje, o meu foco é ajudar o Benfica a ganhar títulos, dignificar esta camisola, e deixar um marco na modalidade e no clube, como jogador, mas, acima de tudo, como o Afonso”, diz.
Nem mesmo quando representava o Sporting, o atleta se coibia de mostrar o qual era o seu clube eleição. “Se houve e haverá coisa que nunca me retraio é do meu clube. Sou do Benfica desde que me lembro, é um sentimento inexplicável, uma sensação absurda jogar e sentir este clube diariamente”, atira.
Um Mundial, um Europeu e uma Finalíssima no currículo
Afonso Jesus é um dos membros habituais das convocatórias de Jorge Braz na seleção nacional. Já conta com 43 partidas e 13 golos pela equipa das quinas. Aos 25 anos, tem um Mundial, um Europeu e uma Finalíssima no currículo. Um registo invejável para qualquer futsalista. “Um dos momentos mais marcantes na seleção nacional foi, sem dúvida alguma, o hino nacional, na final do Mundial’2021. A emoção e sentimento que esteve presente durante aquele minuto nunca mais me sairá da memória. Foi, sem dúvida nenhuma, uma certeza de que aquela seleção não perderia por nada aquele jogo”, relembra.
A seleção trabalha, agora, para garantir o apuramento para mais um Mundial, na defesa do título. Tem compromissos marcados com a Finlândia, a 16 de setembro, e a Geórgia, a 20 de setembro, para a Ronda de Elite de qualificação para o Mundial’2024. “O nosso grupo tem muita qualidade. Vão ser jogos duríssimos e muito exigentes. Mas o mais importante seremos sempre nós, o que podemos fazer para vencer cada uma das seleções e passar este grupo em primeiro lugar”, garante Afonso Jesus, um dos convocados.
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