O Sporting venceu o Famalicão na noite de domingo num jogo que, é preciso dizer, não foi tão fácil como chegou a parecer. Os leões entraram a patinar e a tranquilidade só veio quando houve um grito.
Rúben Amorim mandou a equipa acalmar e concentrar-se, uma reprimenda ouvida e percebida pelos jogadores. Morita, na primeira tentativa do Sporting, marcou golo e começou a construir a base da vitória. Só na segunda parte, quando Esgaio espantou os males e deu o 'grito do Ipiranga' em Alvalade, é que se colocou mais um tijolo bem acente na muralha, que foi ruindo a pouco e pouco.
Coates tinha a melhor das intenções, mas acabou por silenciar Alvalade com tanta apreensão. O capitão quis cortar o lance de ataque e acabou por fazer autogolo. Um final aparovante, à moda do Sporting, que só não abalou o reino do leão porque o 'San Adán' desceu ao relvado para salvar. O espanhol evitou o empate até ao final, numa altura em que a entrada de Chermiti deixou o Sporting praticamente nulo no ataque, tal como se viu na última jornada, frente ao Vitória SC.
Três pontos suados, mas somados. O Sporting continua a caminhar rumo à Liga dos Campeões ao ritmo de Rúben Amorim. O treinador dos leões deu o mote e a equipa procura forças para o seguir. No entanto, a época do Sp. Braga continua a complicar a missão, que muitos dizem ter sido já falhada há muito.
Posto isto, vamos às notas.
A figura
Marcus Edwards destacou-se pela positiva em Alvalade. O inglês começa a libertar-se das pregas que têm impedido que mostre todo o seu potencial. Foi o mais criativo do ataque do Sporting, inventou toda uma jogada no golo de Morita e não se cansou de continuar a procurar o golo que podia abrilhantar a exibição. Edwards vai ganhando créditos, só falta conseguir ser constante.
A surpresa
Leandro Sanca deixou boas impressões em Alvalade. Apesar de não ter conseguido marcar golo, foi o principal responsável pela manobra ofensiva do Famalicão, na qual desconcertou por várias vezes o trio defensivo do Sporting. Diomande sofreu por várias vezes nas mãos do jovem avançado que, cedido ao Famalicão nesta época, começa a mostrar valor para dar o salto para outro patamar.
A desilusão
Ousmane Diomande terá feito, quem sabe, o seu pior jogo no Sporting até então. O defesa comprometeu várias vezes, não conseguiu recompor-se e Amorim não quis arriscar. O marfinense não teve mais 'abébias' depois de servir de bandeja Sanca num lance que cheirou a empate. Depois de várias exibições de gala, até na Liga Europa, o jovem defesa começa a mostrar dificuldades e parece exigir mais trabalho durante a semana para aparecer melhor no fim-de-semana.
Os treinadores
Rúben Amorim
Na primeira parte foi ao delírio ao ver a equipa falhar no plano de jogo. Gritou como não fez antes e causou algum espanto por isso. Ainda assim, não perdeu o grupo, chamou-o à razão e conseguiu acordar a equipa que, no primeiro remate do jogo, acertou no alvo. Na segunda parte, por culpa de um erro individual e não coletivo, começou a ter dúvidas quanto à vitória, mas não a colocou em causa ao encostar a equipa à baliza. Apesar do final desagradável, há bons sinais no Sporting que levam a crer que a reta final não terá precalços.
João Pedro Sousa
Vitórias morais não existem para todos, mas o Famalicão leva-a neste jogo. Sem oito figuras da equipa, os minhotos entraram em campo a 'poupar', se é assim que se pode chamar. O sonho da Europa, por agora, não fala mais alto do que o passo que falta dar para tentar ir ao Jamor. A meio de uma meia-final da Taça de Portugal, jogar contra o Sporting pareceu ser um duro golpe, até complicado de gerir. A equipa, ainda assim, apresentou-se bem em campo, melhor quando os habituais titulares começaram a carburar em campo. Fica uma boa imagem, mas certamente será pouco para o ambicioso Famalicão.
O árbitro
Manuel Oliveira teve uma exibição aceitável. Apesar dos pedidos de penálti, os vários feitos pelo Sporting, acertou nas decisões que tomou.
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