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Bernardo a Bernardo, enche-se o jogo de magia: Notas do Portugal-Chéquia

Médio deu alma à equipa lusa, deu golos aos colegas e deu alegrias aos adeptos que encheram as bancadas de Alvalade. Esgotou as pilhas nesta partida, mas é esperado que volte a estar em forma frente à Suíça.

Bernardo a Bernardo, enche-se o jogo de magia: Notas do Portugal-Chéquia
Notícias ao Minuto

08:04 - 10/06/22 por Tiago Antunes

Desporto Análise

Portugal deu mais um passo importante nesta quinta-feira rumo a uma boa fase de grupos da Liga das Nações. A vitória frente à República Checa deixou a seleção nacional mais confortável no Grupo 2, no qual é líder isolado.

O onze inicial voltou a sofrer alterações, mas não perdeu o essencial: qualidade. Cristiano Ronaldo tentava fazer a equipa jogar, mas os checos jogaram com um sistema tático absurdamente denso e complicado de romper. O astro da seleção portuguesa foi dos mais inconformados, mas a ansiedade foi mais forte que a qualidade.

Com algumas dificuldades para contrariar a equipa adversária, Portugal fez uso das suas individualidades e foi exatamente aí que abriu a porta dos golos. Primeiro foi João Cancelo que esteve em destaque, depois foi Gonçalo Guedes, mas com grande trabalho do mágico da noite, Bernardo Silva.

Foi à boleia do médio, o mais sereno e assertivo na frente, que a equipa se desenrolou da melhor forma nos lances ofensivos. Pegou na varinha de condão e fez as suas magias para levar a equipa à vitória.

É com esta ideia que Portugal vai tirando os louros da qualidade que tem em campo. O individual, a sobrepor-se em momentos de maior indefinição, tem levado a equipa das quinas ao golo e, se tivermos de contar com mais lances de pura magia de Bernardo Silva, que se jogue com o individual até à final da Liga das Nações.

Vamos às notas.

A figura

A esta altura, já deverá saber quem foi a figura da partida. Bernardo Silva é, de forma completamente inevitável, o jogador mais desta partida. Dividiu-se entre meio campo e ataque, partiu várias vezes de zonas mais recuadas com bola no pé e trabalhou muito bem com João Cancelo e Gonçalo Guedes no lado direito do ataque luso. Esteve nos dois golos, mais no segundo com uma jogada e um passe tais... Acabou por não completar os 90 minutos, muito por conta de uma temporada muito pesada para o seu físico, mas, enquanto esteve em campo, foi um regalo vê-lo jogar. Começa a faltar vocabulário para quantificar e qualificar o talento de Bernardo Silva. 

A surpresa

Começou meio escondido e acabou bastante exposto. Rúben Neves começou a partida com uma característica curiosa: não sendo o jogador em campo mais apto para tarefas defensivas, porque William Carvalho estava em campo, foi ele quem jogou entre os dois centrais e foi construindo jogo a partir dessa zona. Começou mais desaparecido por causa disso, porque teve de se concentrar mais no posicionamento defensivo. Quando Portugal marcou e se colocou à vontade na partida, o médio soltou-se e entrou na sua onda. Começou a conduzir bola para lá da linha do meio campo, fez alguns passes longos de pontaria certeira. Mostrou, tal como já tinha mostrado frente à Suíça, ser um jogador cada vez mais essencial para o estilo de jogo que Portugal pratica.  

A desilusão

Para quem vinha com rótulo de melhor marcador e um dos mais perigosos da Rep. Checa, deixou um pouco a desejar. Jan Kutcha não apareceu no jogo. Contribuiu pouco para a equipa, rematou pouco, esteve em poucos lances ofensivos, não se mostrou ao jogo nem fez grande frente a Pepe e Danilo. O lance mais gritante foi uma bola perdida que lhe caiu nos pés, dentro da pequena área, e que não foi capaz de transformar em algo, acabando por perdê-la. Já garantiu dois golos em três jogos, mas na barreira portuguesa não deixou sequer um arranhão.

Os treinadores

Fernando Santos

Os devidos parabéns pelos 100 jogos a comandar a seleção nacional e também pelas recentes exibições da equipa. Notou-se que o apuramento para o Mundial'2022 serviu de lição e Portugal joga, agora, um melhor futebol que aquele que jogava nessa fase. Hoje é mais técnica, mais livre e mais confiante, os adeptos portugueses estão mais satisfeitos com as prestações da equipa, por isso encheram por duas vezes o Estádio de Alvalade. Perspetiva-se o resto de uma grande fase de grupos para esta equipa que, bem comandada pelo Senhor Engenheiro, 'arrisca-se' a chegar de novo à final da Liga das Nações.

Jaroslav Šilhavý

Mostrou que tinha a lição bem estudada. Abdicou do jogo ofensivo que tinha praticado nos últimos jogos para conseguir dominar a equipa portuguesa no seu meio campo. Acabou por não ter volta a dar quando as individualidades de Portugal se mostraram. Podia ter tirado partido da apreensão portuguesa quando os checos tinham a bola no pé, mas a equipa não estava realmente preparada para esse jogo. As tarefas defensivas eram principais, mas não o podem ser contra uma equipa que tem os jogadores que tem e que já leva sete golos marcados e apenas um sofrido.

O árbitro

Exibição tranquila, mas teve momentos de contestação. Houve um lance duvidoso na grande área da Rep. Checa, com Gonçalo Guedes a ser derrubado na hora do remate. Não recorreu ao VAR e mandou seguir. Em lances de futebol normal, jogadas em que se lutou pela bola como as regras permitem, acabou por assinalar falta e quebrar o ritmo de jogo. Ainda assim, não interferiu com o resultado.

Leia Também: Portugal dá 'workshop de magia' e já é líder isolado da Liga das Nações

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