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"FC Porto-Sporting? Ligaram-me a perguntar se um jogo era uma guerra"

Fruto da experiência internacional que semeou ao longo dos 25 anos de carreira, João Carlos Pereira contou ao Desporto ao Minuto que recebeu várias chamadas de diferentes sítios a propósito dos incidentes do Clássico, salientando a má imagem com que as pessoas podem ficar do futebol português.

GD Estoril Praia v Academica Coimbra - Liga Pro

© Getty Images

Miguel Simões
28/03/2022 08:11 ‧ 28/03/2022 por Miguel Simões

Desporto

Exclusivo

João Carlos Pereira falou ao Desporto ao Minuto sobre o percurso de treinador ao longo dos últimos 25 anos e de como o facto de ter passado por vários países além-fronteiras permitiu identificar algumas diferenças entre países, principalmente nas culturas futebolísticas de cada região.

Ainda com os incidentes do FC Porto-Sporting frescos na memória, o treinador de 56 anos recordou um episódio desse jogo, realizado no passado dia 11 de fevereiro, em que deu conta de ter recebido várias chamadas de diferentes sítios do mundo a questionar a razão das lamentáveis cenas após o desfecho do encontro (2-2).

"Conheço muita gente em muito lado deste mundo, e, quando surgiram as confusões no FC Porto-Sporting, tive várias pessoas amigas a ligar e a questionar se um jogo de futebol era uma guerra. Isso retrata um pouco aquilo que é a nossa essência enquanto pessoas, latinos, portugueses, como se fosse um reflexo da nossa sociedade e da forma como sentimos as coisas", contou.

"Não penso de maneira nenhuma que vou ganhar porque sou mais 'chico-esperto' ou que vamos meter pressão sobre o árbitro porque isto nos vai fazer ganhar o jogo. Na realidade, o que pode acontecer pontualmente é com as emoções à flor da pele, mas parece-me claro que, para algumas das equipas do nosso campeonato, é quase como uma prática normal. Meter pressão nos árbitros, criar um clima de terror, enfim, também é válido, porque tudo o que é permitido é válido. Mas acho que as equipas devem ser treinadas e trabalhadas para serem melhores dentro de campo. Essas coisas fogem-me um bocado ao lado. Se gosto do que acontece? Não só não gosto, como acho que não é nada bom para a imagem do nosso futebol", acrescentou.

Notícias ao Minuto Ânimos exaltados no jogo entre FC Porto e Sporting, que contabilizou várias expulsões após o apito final devido a agressões entre jogadores e staff© Getty Images  

Contrastando com alguns episódios conflituosos, o futebol português tem crescido a olhos vistos na perspetiva de projetar jogadores e até treinadores, sendo esse um ponto-chave no discurso de João Carlos Pereira.

"O campeonato é o que é, e quem sou eu para alterar o campeonato que temos? Enquanto treinador, quero dotar a minha equipa de organização e capacidade, de forma a potenciar as qualidades individuais dos jogadores e a criar um talento coletivo. Pretendo olhar para aquilo que pode levar a minha equipa a ser melhor do que as demais. Se queremos vender um produto e valorizar os jogadores, acho que temos de continuar a primar pela competência e qualidade de trabalho, porque o nosso futebol, pelos resultados nas competições internacionais e, sobretudo, nas seleções nacionais, prova que tem evoluído num sentido positivo e espero que assim continue", atirou.

No momento de apontar as diferenças entre os campeonatos portugueses e as competições estrangeiras por onde passou, o treinador de 56 anos realçou as "particularidades" do ponto de vista físico e tático que acentuam essas mesmas diferenças.

"O nosso estilo de jogo e a forma como os nossos treinadores encaram o jogo têm particularidades distintas. Por exemplo, acho que o campeonato suíço (seja na primeira ou na segunda divisão) é um bocadinho mais físico, com muita influência anglo-saxónica, com outro tipo de perfil físico e jogadores muito mais disciplinados. Mas, do ponto de vista tático, tem uma matriz própria: recuperam a bola no corredor e forçam os lados, são muito objetivos e têm pouca intenção de encontrar o melhor caminho para chegar à baliza do adversário, porque procuram o caminho mais direto, embora nem sempre seja o melhor. Cada campeonato tem as suas particularidades, a cultura ou o clima. No Kuwait, com o calor que se faz sentir, o campeonato é mais pausado", rematou.

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