Após uma temporada de desilusão classificativa em grande parte justificada internamente pelas más escolhas no ataque ao mercado, o Sporting, agora sob o comando de Rúben Amorim, atacou a janela de transferências com a mira bem definida nos seus alvos.
Com uma aposta crescente, fruto da falta de recursos financeiros para maiores aventura, na prata da casa, muita da juventude que abunda em Alvalade foi 'completada' pela chegada de talentos... da I Liga.
Fazendo uma aposta cirúrgica em jogadores já conhecedores da realidade desportiva em Portugal, Nuno Santos e Pedro Gonçalves, mais conhecido como Pote, foram dois dos elementos que vieram para ser titulares.
Feddal, o esquerdino procurado internamente mas nunca encontrado, foi acrescento à defesa para que os verde e brancos continuassem o seu processo de construção defensiva.
Porém, no setor recuado houve ainda mais mudanças, com Adán a chegar para roubar um lugar roubado por Maximiano a Renan Ribeiro.
Com um plantel mais competitivo, mas ainda assim muito jovem, foram algumas as peças-chave a sair de Alvalade, nomeadamente Wendel, atleta que ruma ao Zenit e que deixa um vazio no relvado, mas cofres cheios em Alvalade, e Acuña.
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As contas de um leão cada vez mais poupadinho
Com um investimento moderado no mercado, Rúben Amorim pediu a Frederico Varandas o possível. À parte dos elementos que chegaram, com um custo total de aproximadamente 12,5 milhões de euros, faltou, ao que tudo indica, a chegada de um avançado centro para ser opção titular.
Com Sporar, contratado na última temporada, a perder espaço fruto do desenho tático imprimido por Amorim ao conjunto leonino, a chegada de Paulinho foi durante quase todo o mercado um 'sonho proibido'.
Um dos elementos mais valorizados do plantel bracarense, o luso esteve sempre protegido por uma cláusula demasiado elevada para os bolsos de um leão que ainda tem algumas dívidas e que viu a sua situação financeira agravada por uma crise pandémica.
O elemento mais caro contratado no defeso foi Pote, com o ex-Famalicão a aterrar em Alvalade a troco de 6,5 milhões de euros. Nuno Santos e Feddal, que chegaram, respetivamente, de Rio Ave e Betis, custaram ambos 3 milhões de euros, sendo que o valor de compra de Tabata não foi revelado.
Quanto Adán e Antunes, ambos chegaram em final de contrato e, por isso, a custo zero, com o internacional luso a seguir para o banco, fruto da aposta continuada em Nuno Mendes, e com o espanhol a assumir a baliza.
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Porta aberta para quem não acredita... ou para entrarem milhões
O mercado de saídas foi mais agitado para o Sporting. Com o regresso de Palhinha a Alvalade depois de uma cedência ao Sporting de Braga, o médio luso esteve na calha para sair, chegou a treinar, tal como Acuña, à margem do plantel, mas foi reintegrado pelo seu treinador.
O argentino é que teve de esperar a bom esperar para ver confirmada a sua saída para o Sevilla, sendo um dos ilustres que deixou Alvalade durante o verão. A saída do internacional albiceleste rendeu aos cofres do leão mais de 10 milhões de euros, permitindo um bom ataque ao mercado e a saída de um jogador que parecia não comprometido com o projeto.
Matheus Pereira, que esteve cedido ao West Brom, acabou mesmo por deixar o Sporting em definitivo, rendendo aos cofres verde e brancos 9 milhões de euros, sensivelmente metade do que o que o leão encaixou com a venda de Wendel ao Zenit.
No que toca a saídas, destaque também para as cedências de Battaglia, Eduardo e Rosier, todos emprestados, mas também para o fim de vínculo de Gelson Dala e Francisco Geraldes, ambos inseridos no pacote que trouxe Nuno Santos para Alvalade.
Assim, num registo de análise à 'balança comercial' do emblema de Alvalade, vê-se a entrada de aproximadamente 40 milhões de euros com uma fatura para pagamento no valor de apenas 12.
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Defesa foi prioridade após saída de Mathieu, mas 'prata da casa' pode ultrapassar reforços
O fim de carreira antecipado de Jéremy Mathieu acabou por pôr em evidência a necessidade de reforços para a defesa. Com Borja muitas vezes a atuar no centro da defesa, no final da temporada passada, para dar uma saída de pé esquerdo à equipa verde e branca, os leões encontraram em Feddal o elemento possível para dar corpo ao eixo defensivo pensado por Amorim.
Contudo, há dois jogadores que deram nas vistas e que prometem concorrência a Neto, que voltou a conseguir ter espaço para entrar na equipa, Coates e ao reforço ex-Betis. É que Eduardo Quaresma e Gonçalo Inácio, dois meninos formados em Alcochete, são considerados pela estrutura técnica dos verde e brancos como elementos capazes de assegurar, no futuro, um lugar no onze e, no imediato, competitividade para o eixo defensivo.
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Ataque sem dono, mas com soluções multiplicadas
Com um meio-campo reforçado com entradas, nomeadamente de Pote, mas também do regressado Palhinha, com a defesa coberta com a chegada de Feddal, Antunes e o emprestado Porro, o calcanhar de Aquiles dos verde e brancos nesta janela de transferências foi a frente de ataque.
Com uma ideia de um ataque móvel e em constante transformação a ser pensado por Amorim, Sporar perdeu espaço na equipa, mas também Luiz Phillype, ainda a recuperar de uma grave lesão, parecem ser nomes 'riscados' para segundo plano pela estrutura técnica do clube.
Assim, assumindo ser esta uma das posições mais caras em campo, o leão tentou, e tentou mesmo, uma ofensiva por Paulinho, jogador plenamente conhecido pelo técnico verde e branco, mas que não foi possível contratar fruto da intransigência de Carvalhal e do Sp. Braga em perder o jogador por menos que a sua cláusula de rescisão cifrada em 15 milhões de euros.
Assim, a frente de ataque tem sido entregue a Vietto, Jovane e Nuno Santos, jogadores que se vão desmultiplicando pelas diversas posições de ataque e baralham qualquer estratégia defensiva organizada pelas defesas contrárias.
As chegadas de Tabata, ex-Portimonense, e os meninos Plata e Joelson serão duas proposta de ataque que, ao que tudo indica, têm lugar garantido no banco para partidas em que seja preciso agitar mais o encontro na frente de ataque.