Pedro Gonçalves foi desafiado a falar um pouco mais da sua vida, tanto pessoal, como profissional, numa entrevista divulgada pela SIC, este sábado, no programa 'Alta Definição', onde revelou algumas peripécias que marcaram a sua adolescência até virar protagonista no Famalicão e, sobretudo, no Sporting, com muitas revelações à mistura em torno de Ruben Amorim e de Rui Borges.
"Continuo a ser aquele miúdo 'resmungão', que gosta de mandar piadas, não gosto de pensar que já tenho autoridade no balneário. Não me sinto assim tão importante, mas fico feliz por olharem para mim como alguém que não nasceu líder, mas que se está a tornar nisso. Gosto que as pessoas me digam que estou errado, de como devo melhorar", começou por revelar, em conversa com Daniel Oliveira.
"Eu dizia ao mister Ruben Amorim para me ajudar, caso me perdesse com 'bate-bocas', por exemplo. Tinha umas brincadeiras com ele e por isso é que nos damos tão bem. Somos muito parecidos. Adoro-o como pessoa. Guardo um conselho que me deu desde início: não deixar o tempo passar. Aproveitar os momentos", vincou de seguida.
"Este grupo é muito forte, é uma família. No Sporting é preciso jogar para ganhar títulos. Orgulho-me de conseguir ultrapassar muitos maus momentos, sem desistir. Rui Borges? A ligação surgiu de forma natural. Mas, foram apenas seis meses. Ainda não estou completamente à vontade. Vamos fortalecer essa amizade", atirou ainda o internacional português.
Na hora de puxar a cassete atrás, Pote abriu o coração ao falar não só dos tempos que passou em Vidago, a sua terra natal, como da sua família, lamentando o facto de não ter chegado a conhecer o seu falecido pai.
"Cheguei a jogar andebol e a praticar atletismo, além do futebol. A minha mãe trabalhava no Vidago e morávamos com o meu padrasto no estádio, na casa dos roupeiros. Esperava que os jogadores chegassem e ajudava nos treinos, batendo bolas para os guarda-redes. Diziam-me que era atrevido, mas era genuíno. Por vezes, os jogadores terminavam o treino e eu ficava a jogar até o presidente ligar para a minha mãe desligar as luzes", revelou o criativo do clube de Alvalade.
"Creio que, por vezes, sou uma pessoa fria, que não dá um abraço. Sei que vem da infância. Houve fases em que chorei sozinho. O meu pai faleceu no hospital, com uma infeção. Nunca perguntei mais. Sempre quis viver o dia a dia, para não pensar nas razões pelas quais o meu pai não me pôde ver crescer. Faz parte da vida. Não o conheci e fico triste. Sei que teve uma vida como bombeiro e que foi incrível. Muitos dizem que a minha personalidade é semelhante à dele. Falo muitas vezes com o meu pai, mas tive um padrasto que deu tudo por mim", completou.
Recorde-se que Pedro Goncalves chegou a passar pela formação do Chaves, do Sporting de Braga e até do Valencia, rumando depois ao Wolverhampton, onde não se afirmou como desejava. Bastaria depois uma temporada de sucesso em Famalicão, em 2019/20, para despertar o rápido interesse do Sporting, onde já ganhou três campeonatos, duas Taças da Liga, uma Taça de Portugal e uma Supertaça, para além de ter estado na conquista de Portugal da Liga das Nações, no passado dia 8 de junho. No total, já leva 198 jogos pelo clube leonino, com o registo de 82 golos e 49 assistências.
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